A HUMILHAÇÃO DE UM POVO!...
Há um certo conceito de sociedade em que a humilhação é central, indispensável e estruturante. E há outro, em que é a dignidade que conta. Uma diferença - entre outras - é que na humilhação, há o humilhador e o humilhado. Na dignidade, ficamos todos mais perto da razão!...
Henrique Gomes, o ex-Secretário de Estado caído em desgraça, chegou ao governo vindo da administração da REN. Tinha passado dois anos pela Fomentivest — a cantera de Ângelo Correia, por onde andou o actual primeiro-ministro — e ficou amigo de Passos Coelho.
Era por assim dizer um homem de confiança do sistema. A sua dignidade porém “traíu-o” e vai daí, quís limitar o poder da EDP, que asfixia as empresas e faz com que as famílias gastem mais em electricidade, que com a educação dos filhos e quase tanto como com a saúde.
Henrique Gomes, quis reduzir as rendas e os subsídios à EDP, que chegarão a 3.200 mil milhões de euros até 2020 e que custam a cada família, além do que pagam na factura, mais 27 euros por ano, para pagarem a sua ESCANDALOSA GESTÃO, QUE AUFERE A MÓDICA QUANTIA, CORRESPONDENTE A 12.500 ORDENADOS MÍNIMOS MENSAIS, valor onde se enquadra o montante de 3.000 EUROS DIÁRIOS (600 contos por dia é obra) auferidos pelo respectivo presidente Mexia.
Face a este escândalo, que deveria fazer corar de vergonha qualquer cidadão honesto e de bom senso, Henrique Gomes mandou fazer um estudo sobre esta mesada, mas o todo poderoso MEXIA, logo informou ao vivo e a cores, que o Governo ia atirar o documento para o caixote de lixo.
Ora perante um facto destes, quem tinha dúvidas ficou logo a saber quem manda em Passos Coelho, e sendo assim, a única decisão consequente e ao abrigo da dignidade que restava ao Secretário de Estado era demitir-se. Foi o que fez, e ao fazêlo, fez mais pela sua causa e pela sua honra, do que se ficasse a vida inteira no poder. Chamou a atenção para o problema que o Governo tem pela frente, mas que todos sabemos não ter solução a curto prazo.
Mas a Passos já nada lhe interessa para além do que seja levar até ao limite a sua paixão pela austeridade e pela sua politica do que CUSTE-O-QUE-CUSTAR!... Passos Coelho, nem tão pouco se preocupa, com este ATENTADO e esta humilhação aos portugueses, aparecendo-lhes até como alguém que não hesita em retirar-lhes salários, ignorar os direitos de quem fez descontos uma vida inteira, confiscar subsídios, ou seja, RASGAR CONTRATOS QUE TINHA COM TODA ESSA GENTE, e depois mostrar-se muito respeitador dos compromissos assinados com grandes corporações e com sugadores dos dinheiros públicos a quem paga 600 CONTOS POR DIA, enquanto outros “morrem à fome”...
No momento em que decide manter as rendas da EDP e de outras empresas de energia, e demitir um Secretário de Estado, que se mostrou contrário à humilhação dos portugueses, Passos Coelho faz cair por terra – até mesmo junto do caciquismo de almocreves que por aí pululam - QUALQUER DISCURSO SOBRE A REPARTIÇÃO DE SACRIFICIOS .
A mensagem por muitos repetida, certa ou errada, está passada: o governo é FRACO com os FORTES e FORTE com os FRACOS.
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