domingo, 14 de julho de 2013

Ter emprego pode dar trabalho



Publicado em 30/05/2012



O aumento do desemprego está na berra em Portugal e se outros méritos não teve (por caso sou dos que acham que teve...) a famosa tirada de Passos Coelho, teve esse de colocar o tema na ordem do dia. Claro que ninguém ousa contestar o drama que a falta de trabalho representa para aqueles que querem mesmo trabalhar. Sobretudo para os que para além de precisarem de um emprego, não só querem trabalhar, como gostavam do trabalho que tinham.
É para esta classe de desempregados que eu dirijo a minha solidariedade e também tenho a certeza que serão os primeiros a inverter a situação mal espreitem uma oportunidade, ou a economia volte ao seu estado normal de crescimento.
Outra conversa, bem mais séria, porque a sua resolução não me parece que dependa do restabelecimento das actividades económicas, é tudo o que se relaciona com os desempregados que não querem trabalhar, nem gostam dos empregos que ainda é possível encontrar.
Quando me dizem que uma pessoa no gozo da sua normal capacidade de trabalho e de perfeita saúde não consegue arranjar nenhum emprego, em lado nenhum do nosso país, eu lamento ter de o escrever, mas não acredito. Pura e simplesmente porque não é verdade.
Acredito que os empregos que existem não são os melhores do mundo, não são do agrado de todos e alguns exigem qualificações que nem todos possuem.
Alguns, sim, e os outros, que são a esmagadora maioria? Basta dar uma volta num centro comercial, ou pelo país que existe fora dos grandes centros. Ou ler os classificados do nosso JN.
Ainda ontem foi possível ouvir numa reportagem televisiva a situação dramática no Vale do Ave, porque há várias empresas têxteis que... não estão a trabalhar em pleno só porque têm encomendas mas não conseguem contratar costureiras. O próprio presidente da Associação de Têxteis e Vestuário, João Costa, foi o porta-voz de muitas outras empresas do sector em que a falta de mão de obra tem sido uma constante há vários meses.
Lembro-me do registo de uma têxtil desta área em que ouvimos o empresário lamentar-se que tinha gasto milhões em máquinas novas para agora as ver paradas por falta de gente que queira e possa trabalhar com elas
Também acredito que nem todas as oportunidades de emprego ou de trabalho estão à mão de semear, à nossa porta, na nossa cidade ou no nosso concelho. Claro! Por isso há muitos que dizem que a terem de sair da sua zona de conforto preferem arriscar uma ida para o estrangeiro. Nestes casos, não só acredito, como os entendo perfeitamente, ainda que os lamente, em nome do futuro do nosso país.
Tomemos o exemplo de Figueira de Castelo Rodrigo, onde ainda recentemente tive o prazer de estar. Não é preciso ir mais longe, até porque para aqueles que só toleram um emprego perto de casa, este belo concelho do distrito da Guarda já é suficientemente longe.
Para quem não sabe, gostaria de aqui dar conta dos inúmeros estímulos que existem disponíveis para quem se quiser fixar em Figueira de Castelo Rodrigo por um prazo mínimo de três anos.
A Autarquia presidida pelo meu amigo António Edmundo está a apostar forte na fixação de mais pessoas e mais empresas no seu concelho, onde existe uma qualidade de vida que muitos portugueses certamente desconhecem. Desde apoios vários que ascendem a milhares de euros para a constituição ou instalação de empresas e para a aquisição de equipamentos para operar no setor primário ou agroindustrial, até aos incentivos para compra ou arrendamento agrícola de propriedades agrícolas, criação de postos de trabalho e à paternidade que ajude a combater a desertificação da região, há de tudo um pouco.
Vale a pena conhecer Figueira de Castelo Rodrigo por muitas e variadas razões, mas para quem se queixa de não ter emprego pode ser uma visita que lhe pode mudar a vida.
Não podemos obrigar ninguém a trabalhar contra a sua vontade, nem a mudar de terra para encontrar trabalho.
Como também não podemos obrigar ninguém a ser feliz.

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