por GEAB-Global Europe Antecipation Bulletin
É um ambiente financeiramente muito insalubre que vai gerar a "dizimação dos bancos ocidentais" no decorrer do primeiro semestre de 2012: com a sua rentabilidade em queda livre, os seus balanços em plena ruína, com o desaparecimento dos milhões de milhões de dólares de activos, com Estados a pressionarem cada vez mais a regulamentação estrita das suas actividades , mesmo à sua colocação sob tutela pública e com opiniões públicas cada vez mais hostis, o cadafalso já está montado e pelo menos 10% dos bancos ocidentais terão de passar por ele nos próximos trimestres.
Primeiro semestre de 2012: Diminuição do numero dos bancos ocidentais
De facto, tratar-se-á de uma tripla diminuição que culminará com o desaparecimento de 10% a 20% dos bancos ocidentais no decorrer do próximo ano:
- uma diminuição drástica dos seus efectivos em termos de pessoal
- uma quase anulação dos seus lucros
- e, por fim, uma dizimação do número de bancos.
Ela será acompanhada naturalmente de uma redução drástica do seu papel e da sua importância na economia mundial e afectará directamente os estabelecimentos bancários das outras regiões do mundo assim como os demais operadores financeiros (seguros, fundos de pensões, ...).
A drástica diminuição dos bancos ocidentais que agora começa e vai prosseguir nos próximos trimestres, fenómeno de amplitude histórica, não pode portanto ser compreendida sem analisar antes de mais nada o papel da Wall Street e de Londres nesta derrocada financeira. A Grécia e o Euro desempenham inegavelmente um papel como analisámos nos GEAB anteriores, mas são factores que a catalizaram: a dívida da Grécia de hoje corresponde às tropelias bancárias de ontem que agora explodem na praça pública; o Euro é o aguilhão do futuro que fura o inchaço financeiro actual.
A dizimação do funcionários bancários.
Comecemos pelos efectivos de pessoal.
Neste assunto o quadro é bem sombrio pois os empregados do sector bancário o): desde meados de 2011 Wall Street e Londres e as restanyes praças i,portantes da Europa, anunciam sem interrupção despedimentos maciços, seguidos pelos centros financeiros secundários como a Suíça e os bancos europeus ou japoneses. No total são várias centenas de milhares de empregos bancários que desapareceram em duas vagas: 2008-2009 primeiro, depois a partir do fim da Primavera deste ano.
E esta segunda vaga sobe em potência à medida que se passam os meses. Com a recessão global agora em curso, a secagem dos fluxos de capital para os EUA e o Reino Unido decorrentes das mudanças geopolíticas e económicas em curso , as imensas perdas financeiras destes últimos meses e as regulamentações de todo género que progressivamente "quebram" a banca lucrativa e o modelo financeiro dos anos 2000, os dirigentes dos grandes bancos ocidentais já não têm escolha: precisam limitar os seus custos de qualquer maneira e o mais rapidamente possível e em proporções importantes.
A solução mais simples é portanto despedir dezenas de milhares de empregados. E vai ser o que se vai se passar lamentávelmente.... Mas longe de ser um processo dominado, constata-se que a cada seis meses ou quase os dirigentes dos bancos ocidentais descobrem que haviam subestimado a amplitude dos problemas e que portanto são obrigados a anunciar novos despedimentos.
A diminuição do número de bancos
De certo modo, o sistema bancário ocidental assemelha-se cada vez mais à siderurgia ocidental dos anos 70. Assim, os "mestres das forjas" acreditavam serem os mestres do mundo (contribuindo activamente para o desencadeamento das guerras mundiais), assim como nossos "grandes banqueiros de investimento" tomaram-se por Deus (a exemplo do presidente do Goldman Sachs) ou pelo menos por mestres do planeta. E a indústria siderúrgica foi a "ponta de lança", a "referência económica absoluta", da potência durante várias décadas. Contava-se a potência em dezenas de milhões de toneladas de aço assim como se contaram nestas últimas décadas a potência em milhares de milhões de dólares em bónus para dirigentes e traders dos bancos de investimentos. E depois, em duas décadas para a siderurgia, em dois/três anos para a banca , o ambiente mudou: concorrência agravada, lucros que se fundem, despedimentos maciços, perda de influência política, fim das subvenções maciças e finalmente nacionalizações e/ou reestruturações dando lugar a um sector minúsculo em relação àquilo que era no seu momento de glória . De certo modo, portanto, a analogia aplica-se ao que espera o sector bancário ocidental em 2012/2013.
Na Wall Street, o Goldman Sachs, Morgan Stanley, JPMorgan em 2008 já haviam tido de se transformar subitamente em "bancos normais" para serem salvos.
Na City, o estado britânico teve de nacionalizar uma grande parte do sistema bancário do país e neste momento o contribuinte britânico continua a suportar o custo uma vez que as cotações das acções dos bancos afundaram novamente em 2011 .
Trata-se igualmente de uma das características do sistema bancário ocidental no seu conjunto: estes operadores financeiros privados (ou cotado nos mercado) já não valem praticamente mais nada. A sua capitalização bursátil esfumou-se. Isso naturalmente cria uma oportunidade de nacionalização a baixo custo para o contribuinte a partir de 2012 pois esta é a escolha que se vai impor aos países, tanto nos Estados
Unidos como na Europa e no Japão.
P Em certos países, em particular aqueles em que os grandes bancos açambarcam 70% ou mais do mercado bancário, isso vai traduzir-se inevitavelmente pelo desaparecimento de um ou outro destes actores muito grandes ... seja o que foram o que digam os seus dirigentes, os testes de stress ou as agências de notação . Se se é accionista ou cliente dos bancos que correm o risco de afundar-se no primeiro semestre de 2012, há naturalmente precauções a tomar. Entretanto, eis um conselho para quem é empregado nestes estabelecimentos:
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