Salvador Dalí, Natureza-Morta Viva, 1956. |
Qual será o lugar da mente? Ou, formulando a pergunta de um modo diverso, que espaço afinal a mente ocupa, se é correcto falar em “ocupação de espaço” por parte de uma realidade tida por inextensa? Afirmam uns que a mente habita os domínios do cérebro; outros, a inteireza do corpo; outros ainda, a amplidão do mundo.
George Berkeley, recordado sobretudo pelo axioma «esse est percipi» – «ser é ser percepcionado» –, não andaria longe da última perspectiva mencionada, se bem que, no seu caso, em vez de se dizer que a mente – ou o espírito – reside no vasto mundo, seja mais adequado dizer que o vasto mundo reside na mente. Convém, no entanto, distinguir a mente de acordo com a sua natureza.
A matéria (defende o filósofo irlandês) não existe, e os objectos ou coisas não passam de ideias. Mas importa notar que Berkeley não nega haver ideias fora da mente individual finita, o mesmo já não se verificando no tocante à mente eterna e infinita (Deus), que produz todas as ideias e assegura a sua persistência nos intervalos da nossa percepção.De qualquer forma, se «ser é ser percepcionado», aquilo a que acedemos por via dos sentidos não parece diferir, embora Berkeley talvez discordasse, do conteúdo de um incerto sonho – ou de uma tácita ilusão universal – que a mente infinita causa e suporta e as mentes finitas colhem e perdem.
George Berkeley, recordado sobretudo pelo axioma «esse est percipi» – «ser é ser percepcionado» –, não andaria longe da última perspectiva mencionada, se bem que, no seu caso, em vez de se dizer que a mente – ou o espírito – reside no vasto mundo, seja mais adequado dizer que o vasto mundo reside na mente. Convém, no entanto, distinguir a mente de acordo com a sua natureza.
A matéria (defende o filósofo irlandês) não existe, e os objectos ou coisas não passam de ideias. Mas importa notar que Berkeley não nega haver ideias fora da mente individual finita, o mesmo já não se verificando no tocante à mente eterna e infinita (Deus), que produz todas as ideias e assegura a sua persistência nos intervalos da nossa percepção.De qualquer forma, se «ser é ser percepcionado», aquilo a que acedemos por via dos sentidos não parece diferir, embora Berkeley talvez discordasse, do conteúdo de um incerto sonho – ou de uma tácita ilusão universal – que a mente infinita causa e suporta e as mentes finitas colhem e perdem.
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