sábado, 27 de julho de 2013

O Bando de Reformados !!!

 
Mais um artigo de Paulo Morais


O Bando de reformados governa o País !!

«O destino do país está na mão de aposentados. O presidente Cavaco Silva, a

primeira figura do Estado, é reformado. A segunda personalidade na

hierarquia protocolar, Assunção Esteves, é igualmente pensionista. Também

nos governos nacional e regionais há ministros que recebem pensão de reforma

como Miguel Relvas ou até Alberto João Jardim. No Parlamento, há dezenas de

deputados nesta situação. Mas... também muitas câmaras são presididas por

reformados, do Minho, ao Algarve, de Júlia Paula, em Caminha, a Macário

Correia, em Faro.

É imensa a lista de políticos no activo que têm direito a uma pensão.

Justificam este opulento rendimento com o facto de terem prestado serviço

público ao longo de doze anos ou, em alguns casos, apenas oito.

Esta explicação não convence, até porque uma parte significativa deste bando de

reformados não só não prestou qualquer relevante serviço à nação como ainda

utilizou os cargos públicos para criar uma rede clientelar em benefício

próprio.

Foi graças a esta teia que muitos enriqueceram e acederam a funções

para que nunca estiveram curricularmente habilitados. A manutenção até hoje

destes privilégios e prebendas é inaceitável, em particular nos tempos de

crise que atravessamos.

Sendo certo que a responsabilidade por este anacronismo não é de nenhum destes políticos e ex-políticos em particular -

também é verdade que todos têm uma culpa partilhada por não revogarem este

sistema absurdo que atribui tenças milionárias à classe que mais vem

destruindo o país.

Urge substituir este modelo pelo único sistema admissível

que é o de que os titulares de cargos públicos, quando os abandonam, sejam

indemnizados exactamente nos mesmos termos que qualquer outro trabalhador.

E que passem a reformar-se, como todos os restantes cidadãos, quando a carreira ou a idade o permita.

É claro que dirigentes habituados a acumular

reformas de luxo com bons salários jamais compreenderão os problemas dos que

têm de viver com salários de miséria; ou sequer entenderão as dificuldades

dos que sobrevivem apenas com pensões de valor ridículo. Não serão

certamente estes reformados de luxo que conseguirão proceder às reformas

estruturais de que Portugal tanto está a precisar.»


Paulo Morais, Professor Universitário

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