quinta-feira, 25 de julho de 2013

Carlos César




Um vómito - por Francisco Moita Flores

Obs. de JCR: é vergonhoso, vexatório, discriminador e imoral!. Só lembro que o verdadeiro César (Júlio) foi assassinado por alguns senadores!


O subsídio de César não foi para os funcionários pobres das ilhas. Foi para

aqueles que mais ganham.Carlos César, presidente do Governo Regional dos

Açores, tornou-se o ilustrativo exemplo de como a política, quando já se

julga que não pode descer mais baixo, ainda tem mais um degrau para descer

no mundo da amoralidade. Os subsídios aos funcionários atingidos pelos

cortes nos vencimentos, que segundo ele não ultrapassam três milhões de

euros, nem chegam a ser uma medida populista.


Atingem um núcleo restrito de técnicos superiores, chefes de divisão,

directores e subdirectores, nos quais se incluem naturalmente o contingente

dos seus mais leais serviçais políticos. Os 'boys' de César. Não tem a ver

com ultraperiferia nem com a atracção de novos quadros, como alguém

argumentou, pois não vai surgir desta decisão cesarista um movimento

migratório de quadros técnicos para os Açores. Tem apenas a ver com ambição

e perfil de quem nos governa. Tido como um dos eventuais substitutos de

Sócrates, o que daqui resulta é que quer atingir Sócrates. Não pela criação

de uma política nobre, mas à cotovelada.


O subsídio de César não foi para os funcionários pobres das ilhas. Foi para

aqueles que mais ganham, e ao mesmo tempo um valente pontapé no Governo

central do seu Partido. Em nome dos Açores? Não. Em nome da Autonomia? Não.

Em nome dos interesses estratégicos de César. Um general que não alimenta as

tropas corre o risco de deserções.


A sua decisão não foi apenas uma afronta ao Governo da República. É um

escárnio sobre os funcionários que nas mesmas condições, em zonas mais

pobres do que os Açores, estão comprometidos com o apertar do cinto

orçamental. É o desprezo absoluto pela política nacional por troca com os

prémios de jogo que decidiu pagar às suas clientelas regionais. Diz que este

ano a massa resulta de umas obra num campo de futebol que não se farão. E

para o ano? E para o ano seguinte? É claro que acabarão por pagar aqueles

que viram no resto do país os seus salários cortados. Não admira pois que

esta mediocridade moral nem consiga receber o apoio do seu Partido.


É levar demasiado longe o caciquismo. Aos limites do vómito. Porém,

regozija-se o Bloco de Esquerda, o símbolo maior do refilanço pré-juvenil

com e sem causas. E.... *Manuel Alegre! É doloroso ver um candidato a

Presidente da República preso a esta imundície moral por necessidade de

votos. *Dirão alguns que é coisa menor comparando com os muitos milhões do

BPN e de outros imbróglios afins. Seria verdade se o dinheiro fosse a medida

de todas as coisas. Mas não é. A maior das medidas é o sentido de Pátria,

assumida com elevada responsabilidade e rigor. E isto César não sabe o que

é.

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