Zé do Telhado
Português que Roubava os Ricos para dar aos Pobres
Ficou conhecido como o Zé do Telhado e é para muitos o Robin dos Bosques português, já que também roubava aos ricos para dar aos pobres. Foi líder de uma quadrilha que distribuía parte do seu saque a quem mais precisava, granjeando assim o reconhecimento do povo, que ainda hoje o vê como um herói. Ficou conhecido como um dos mais famosos salteadores do período pós-guerra civil, que colocou absolutistas e liberais em confronto na primeira metade do séc. XIX.
Nascido José Teixeira da Silva, em 1818, nasceu na aldeia de Telhado, em Penafiel, local que mais tarde lhe deu o nome com que ficou para a história. Nasceu numa família pobre e com parcos recursos. Aprendeu o ofício de castrador e tratador de animais com um tio, ofício que terá chegado a exercer. Diz-se que também foi negociante de cavalos.
Decidiu alistar-se nos Lanceiros de Lisboa, envolvendo-se assim na complicada guerra civil, estando ele do lado dos absolutistas. Acabou por sair do país após a derrota desta fação, mas voltou mais tarde ao país, onde se destacou em inúmeros combates, como a Batalha de Valpaços, onde salvou a vida a Sá da Bandeira, o que lhe valeu a condecoração com a Ordem Militar da Torre e Espada, Valor, Lealdade e Mérito.
Só após esta condecoração o seu tio deixou que se casasse com a sua prima, da qual veio a ter cinco filhos. Diz-se que o seu primeiro crime foi feito porque não tinha como sustentar os filhos, e que pediu perdão a Deus por o ter cometido.
Acabou por assumir a liderança de uma quadrilha que foi responsável por vários assaltos no norte de Portugal, altura em que começa a ser conhecido por Zé do Telhado e em que conquista a admiração popular.
Numa das surtidas, um dos elementos da quadrilha mata um criado, sendo a primeira morte causada pelo grupo, algo que marca profundamente Zé do Telhado. O bando começa a ser procurado com mais insistência pelas autoridades, e Zé do Telhado acaba por ser preso a bordo de um navio, quando tentava escapar para o Brasil. Foi levado para a prisão e aguardava julgamento, pensando que iria receber pena de morte pelos seus crimes.
Foi na prisão que entrou em cena uma personagem improvável na vida deste homem: Camilo Castelo Branco, que tinha sido preso por adultério, e que acaba por lhe salvar a vida, juntamente com o seu advogado, que o consegue livrar da pena de morte. Zé do Telhado acabou por ser apenas condenado ao degredo em Angola.
Aqui, Zé do Telhado acaba por reconstruir a sua vida, ficando na memória do povo por ajudar igualmente os pobres e por ser uma personagem afável e amiga. Foi na aldeia de Xissa, a uma centena de quilómetros de Malanje, que veio a falecer, em 1875. Está hoje sepultado num pequeno mausoléu, nesta mesma aldeia, e a sua memória ainda é mantida viva pela população.
Zé do Telhado: herói ou vilão?
O Robin dos Bosques português era mais temido do que querido nas regiões de Trás-os-Montes e Minho, onde atuava a sua quadrilha. Aproveitou-se do conservadorismo típico destas regiões para construir e consolidar o seu grupo, dando-lhe uma estrutura quase mafiosa, dividida em hierarquias, à semelhança da tropa.
Zé do Telhado era o comandante máximo, que ditava as ordens. Imediatamente após ele, existiam capatazes da sua confiança e que era homens bravos e experientes no saque. Abaixo destes estavam a tropa rasa: homens simples e humildes, muitas vezes recrutados em famílias pobres e que tinham poucas alternativas a não ser seguir Zé do Telhado. Os elementos seriam recrutados à medida do necessário, consoante o local e o tamanho do assalto. Manteve ainda uma vasta rede de informadores de todas as classes sociais: criadas, padres, pedreiros, fidalgos e agricultores. E até taberneiros e donos de estalagens, que tinham sempre informações privilegiadas para lhe dar proporcionadas pelos viajantes. Com base em toda esta estrutura, Zé do Telhado consegue criar um clima de terror em algumas localidades no Norte de Portugal.
A fama que dele perdura é, no entanto, a de ser o Robin dos Bosques português. Talvez isto tenha acontecido pela forma como Camilo Castelo Branco romanceou a sua imagem. Ou talvez, apesar de todos os roubos cometidos, Zé do Telhado tivesse mesmo um coração bom e ajudasse quem mais precisava. A verdade é que nunca saberemos muito bem como tudo aconteceu. Resta apenas a lenda!
Nascido José Teixeira da Silva, em 1818, nasceu na aldeia de Telhado, em Penafiel, local que mais tarde lhe deu o nome com que ficou para a história. Nasceu numa família pobre e com parcos recursos. Aprendeu o ofício de castrador e tratador de animais com um tio, ofício que terá chegado a exercer. Diz-se que também foi negociante de cavalos.
Decidiu alistar-se nos Lanceiros de Lisboa, envolvendo-se assim na complicada guerra civil, estando ele do lado dos absolutistas. Acabou por sair do país após a derrota desta fação, mas voltou mais tarde ao país, onde se destacou em inúmeros combates, como a Batalha de Valpaços, onde salvou a vida a Sá da Bandeira, o que lhe valeu a condecoração com a Ordem Militar da Torre e Espada, Valor, Lealdade e Mérito.
Só após esta condecoração o seu tio deixou que se casasse com a sua prima, da qual veio a ter cinco filhos. Diz-se que o seu primeiro crime foi feito porque não tinha como sustentar os filhos, e que pediu perdão a Deus por o ter cometido.
Acabou por assumir a liderança de uma quadrilha que foi responsável por vários assaltos no norte de Portugal, altura em que começa a ser conhecido por Zé do Telhado e em que conquista a admiração popular.
Numa das surtidas, um dos elementos da quadrilha mata um criado, sendo a primeira morte causada pelo grupo, algo que marca profundamente Zé do Telhado. O bando começa a ser procurado com mais insistência pelas autoridades, e Zé do Telhado acaba por ser preso a bordo de um navio, quando tentava escapar para o Brasil. Foi levado para a prisão e aguardava julgamento, pensando que iria receber pena de morte pelos seus crimes.
Foi na prisão que entrou em cena uma personagem improvável na vida deste homem: Camilo Castelo Branco, que tinha sido preso por adultério, e que acaba por lhe salvar a vida, juntamente com o seu advogado, que o consegue livrar da pena de morte. Zé do Telhado acabou por ser apenas condenado ao degredo em Angola.
Aqui, Zé do Telhado acaba por reconstruir a sua vida, ficando na memória do povo por ajudar igualmente os pobres e por ser uma personagem afável e amiga. Foi na aldeia de Xissa, a uma centena de quilómetros de Malanje, que veio a falecer, em 1875. Está hoje sepultado num pequeno mausoléu, nesta mesma aldeia, e a sua memória ainda é mantida viva pela população.
Zé do Telhado: herói ou vilão?
O Robin dos Bosques português era mais temido do que querido nas regiões de Trás-os-Montes e Minho, onde atuava a sua quadrilha. Aproveitou-se do conservadorismo típico destas regiões para construir e consolidar o seu grupo, dando-lhe uma estrutura quase mafiosa, dividida em hierarquias, à semelhança da tropa.
Zé do Telhado era o comandante máximo, que ditava as ordens. Imediatamente após ele, existiam capatazes da sua confiança e que era homens bravos e experientes no saque. Abaixo destes estavam a tropa rasa: homens simples e humildes, muitas vezes recrutados em famílias pobres e que tinham poucas alternativas a não ser seguir Zé do Telhado. Os elementos seriam recrutados à medida do necessário, consoante o local e o tamanho do assalto. Manteve ainda uma vasta rede de informadores de todas as classes sociais: criadas, padres, pedreiros, fidalgos e agricultores. E até taberneiros e donos de estalagens, que tinham sempre informações privilegiadas para lhe dar proporcionadas pelos viajantes. Com base em toda esta estrutura, Zé do Telhado consegue criar um clima de terror em algumas localidades no Norte de Portugal.
A fama que dele perdura é, no entanto, a de ser o Robin dos Bosques português. Talvez isto tenha acontecido pela forma como Camilo Castelo Branco romanceou a sua imagem. Ou talvez, apesar de todos os roubos cometidos, Zé do Telhado tivesse mesmo um coração bom e ajudasse quem mais precisava. A verdade é que nunca saberemos muito bem como tudo aconteceu. Resta apenas a lenda!
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