sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

Uma nova classe de pessoas deve surgir até 2050...

"Uma nova classe de pessoas deve surgir até 2050: a dos inúteis"

Com o avanço da inteligência artificial, Yuval Noah Harari, autor de ‘Sapiens’, prevê que muitos profissionais não apenas ficarão desempregados, como também não serão mais empregáveis!
Com o avanço da inteligência artificial, os humanos serão substituídos na maioria dos trabalhos que hoje existem. Novas profissões irão surgir, mas nem todos conseguirão reinventar-se e qualificarem-se para novas funções.

O que acontecerá com esses profissionais?

Yuval Noah Harari, professor da Universidade Hebraica de Jerusalém e autor do livro "Sapiens – Uma Breve História da Humanidade", julga ter a resposta.

No artigo publicado no The Guardian, intitulado "O Significado da Vida num Mundo sem Trabalho", o escritor comenta sobre uma nova classe de pessoas que deve surgir até 2050: a dos" inúteis" . "São pessoas que não serão apenas desempregadas, mas que não serão empregáveis", diz o historiador.
De acordo com Harari, esse grupo poderá acabar sendo alimentado por um sistema de renda básica universal.

A grande questão então será como manter esses indivíduos satisfeitos e ocupados?
“As pessoas devem-se envolver em atividades com algum propósito. Caso contrário, irão enlouquecer. Afinal, como é que a "classe inútil" se irá entreter?”.
Uma das possíveis soluções, apontadas pelo autor, são os jogos de realidade virtual em 3D. “Na verdade, essa é uma solução muito antiga. Por centenas de anos, biliões de humanos encontraram significado em jogos de realidade virtual. No passado, chamávamos a esses jogos de ‘religiões’”, afirma Harari. “Se você rezar todo o dia, ganha pontos. Se você se esquece de rezar, perde pontos. Se no fim da vida você ganhou pontos suficientes, depois de morrer irá para o próximo nível do jogo (também conhecido como céu)”.
Mas a ideia de encontrar significado na vida com essa realidade alternativa não é exclusividade da religião, como explica o professor. "O consumismo também é um jogo de realidade virtual. Você ganha pontos por adquirir novos carros, comprar produtos de marcas caras e tirar férias fora do país. E, se você tem mais pontos que todos os outros, diz a si mesmo que ganhou o jogo”.
Para o escritor, um exemplo de como funcionará o mundo pós-trabalho pode ser observado na sociedade israelita. Alguns judeus ultraortodoxos não trabalham e passam a vida inteira a estudar as escrituras sagradas e a realizar rituais religiosos. Esses homens e as suas famílias são mantidos pelo trabalho das suas esposas e subsídios governamentais. “Apesar desses homens serem pobres e nunca trabalharem, pesquisa após pesquisa, eles relatam níveis de satisfação mais altos que qualquer outro setor da sociedade israelita”, afirma Harari.
Segundo o autor, o significado da vida sempre foi uma história ficcional criada por humanos, e o fim do trabalho não irá necessariamente significar o fim do propósito. Ao longo da história, muitos grupos encontraram sentido na vida mesmo sem trabalhar. O que não será diferente no mundo pós-trabalho, seja graças à realidade virtual gerada em computadores ou por religiões e ideologias. "Você realmente quer viver num mundo no qual biliões de pessoas estão imersas em fantasias, perseguindo metas de "faz de conta" e obedecendo a leis imaginárias? Goste-se disso ou não, esse já é o mundo em que vivemos há centenas de anos...”.
https://epocanegocios.globo.com/Vida/noticia/2018/01/uma-nova-classe-de-pessoas-deve-surgir-ate-2050-dos-inuteis.html?fbclid=IwAR3Xbz2VIx3-RNzlZqlOdZ8eZzeWJnkFZ_av6chxqH1ndWvdmZjTCiH-Hak

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