sábado, 11 de março de 2017

Anúncio no Diário de Notícias previa Fátima dois meses antes

Um anúncio no DN de há exatamente cem anos anunciava acontecimentos extraordinários para o dia 13 de maio de 1917

Quem lesse a edição do Diário de Notícias do dia 10 de março de 1917 repararia que na página 4, na 9ª coluna, encontrava-se um anúncio pago tão inesperado como estranho. Como título tinha um número em destaque: 135917. Mas no texto curto continha algo que interessava muito às milhares de famílias que tinham os filhos no campo de batalha da Flandres, onde integravam os exércitos em luta na terrível Grande Guerra, cuja maioria morreria vítima de gaseamento. O texto do anúncio referia: "Não esqueças o dia feliz em que findará o nosso martírio. A guerra que nos fazem terminará."
O anúncio poderia ter qualquer interpretação se dois meses e três dias depois, a 13 de maio, não tivesse tido lugar a primeira das seis alegadas aparições da Nossa Senhora aos três pastorinhos. Se dúvidas houvesse, na manhã do próprio dia dos acontecimentos sobrenaturais da Cova da Iria foi publicado uma notícia no Jornal de Notícias, onde se reforçava a mensagem que antes saíra no DN. Essa notícia é escrita a partir de um postal enviado à redação, com data de 11 de maio de 1917, cujo texto deixa os redatores tão estupefactos que colocam como título "Revelação sensacional" e reproduzem o seu aviso: "No dia treze do corrente, hade dar-se um facto, a respeito da guerra, que impressionará fortemente toda a gente."

O anúncio da página 4 do Diário de Notícias no dia 10 de março de 1917

Entretanto, também nos jornais O Primeiro de Janeiro e Liberdade foram publicados dois anúncios com as mesmas previsões de acontecimentos inesperados para o dia 13 de maio de 1917, a data em que o país foi surpreendido pela visão da Virgem Maria por três meninos de 10, 9 e 7 anos, respetivamente, Lúcia, Francisco e Jacinta, no local onde hoje se encontra o Santuário.
Acontecimento sobrenatural que está prestes a comemorar o seu centenário e na qual participa o próprio papa Francisco, por desejo expresso seu, devoto de Maria e que consagrou nos dias imediatos à sua eleição o pontificado à Nossa Senhora do Rosário de Fátima.
Qual é o significado da publicação de um anúncio que preveria o fim da Grande Guerra, uma das grandes linhas mestras da Mensagem de Fátima e que a Nossa Senhora terá comunicado aos pastorinhos estar para breve? Mesmo que essa "declaração" divina estivesse errada pois a guerra só terminou um ano depois, tal não evitou que nos cinco meses seguintes muitos peregrinos se deslocassem de imediato para Fátima nos dias 13, pois disse Lúcia que a Senhora deixara claro que regressaria consecutivamente até 13 de outubro, nem que surgissem comerciantes a vender no local postais com imagens dos jovens portugueses na Guerra.

A página completa com o anúncio destacado a amarelo

Uma autoria indesejável

Os responsáveis pela colocação destes anúncios foram os centros de espiritismo de Lisboa e do Porto, uma atividade muito em voga à época. Centros onde se reuniam pessoas de várias classes para receber mensagens do além. Diga-se que a inicial C. do anúncio publicado no DN deverá pertencer a Carlos Calderon, um cantor muito famoso nessa altura, entre outras coisas fundador da Sociedade Portuguesa de Autores, e que fazia parte de uma das casas espíritas mais importante da capital. "António", que enviara o postal para o JN, também era figura muito conhecida no Porto.
Ora, ambos forram encarregados de deixar registado nos principais jornais da época o que os "espíritos" lhes tinham comunicado em várias sessões por todo o país, como era também o caso de um grupo muito importante que se reunia em Portimão. A razão era simples, evitar que se duvidasse da comunicação do além após os acontecimentos para o dia 13 de maio terem tido lugar.
É o que se pode ler da "Acta" do centro de Lisboa, cujas decisões foram entregues ao referido espírita Carlos Calderon para que desse conhecimento público do que aconteceram nessas várias sessões. Uma "Acta" onde se escreve que "no dia 7 de Fevereiro de 1917 estando nós reunidos para trabalhos psíquicos e estudos ocultos, a determinada altura dos trabalhos, um dos assistentes pediu papel e lápis e automaticamente escreveu da direita para a esquerda uma comunicação (...). Nessa comunicação afirma-se que a data do 13 de Maio será de grande alegria para os bons espíritas de todo o mundo." A decisão que levou à publicação do anúncio deve-se, segundo a "Acta", ao seguinte: "Discutiu-se a comunicação recebida e resolveu-se: "- Que a data de 13 de Maio ficasse exarada num jornal , para que no futuro não pudessem haver dúvidas sobre a veracidade do facto sucedido."
Coincidência para o Santuário
Assim sendo, foi escolhida a edição do DN de 10/03/1917 para imprimir o registo da comunicação;e dada ordem para que "se adquirissem na redação do jornal 35 exemplares", e que se "seguisse com a máxima atenção o desenvolvimento deste assunto, coligindo todos os dados, artigos, etc. que possam conduzir-nos à verdade".
Visto este anúncio à distância de cem anos, num momento em que o Santuário de Fátima comemora a sua longevidade, questionaram-se os responsáveis sobre qual o entendimento da referida previsão na edição do jornal. Considera o diretor do Serviço de Estudos e Difusão, Marco Daniel Duarte, que o enunciado que no dia 10 de março de 1917 aparece na p. 4 "foi associada por alguns investigadores ao acontecimento das aparições de Fátima, provavelmente pela coincidência de uma numeração que antecede esse enunciado e que coincide com uma possível leitura da data em que, segundo o testemunho das três crianças Francisco, Jacinta e Lúcia, acontece a aparição da Virgem Maria em Fátima (135917)." No entanto, para o responsável, "toda a formulação leva a concluir que se trata de uma linguagem típica da cultura espírita, tema que se encontra muito pouco estudado pela historiografia em Portugal e que, por isso, não tem sido contextualizada de uma forma que permita conclusões além das que se firmam na coincidência da hipotética data."
Destaca ainda o Santuário que "para a história das mentalidades, seria importante perceber este tipo de frases, mais ou menos comuns nos jornais dos inícios do século XX, no contexto do surgimento destas correntes de pensamento que ao longo do século XIX e inícios do XX também ganharam adeptos em Portugal", mas não deixa de alertar para o facto de que "na frase não se refere o topónimo Fátima, nem sequer há referência a um qualquer cenário de mariofania. Em linguagem de pendor enigmático, fala-se do fim do martírio e do terminar de uma guerra que pode ser ou não conotada com o grande conflito que se vivia à escala mundial (a expressão é "a guerra que nos fazem terminará")".
Apesar do distanciamento do Santuário sobre o significado do anúncio, pergunta-se a Marco Daniel Duarte se a "previsão" credibiliza ou não os acontecimentos no entender da Igreja. Para o diretor, o discurso oficial da Igreja acerca das aparições de Fátima ignora este caso: "Pode dizer-se que esta tem sido uma temática que não se vê considerada, porquanto a mundividência preconizada pela teologia cristã não é compatível com o discurso do pensamento espírita. A falta de elementos que relacionem o enunciado publicado no DN a Fátima levou a que oficialmente não se tenha dado importância a esta mensagem redigida no modo imperativo. Ela tem sido, sobretudo, evocada por investigações que pretendem explicar as aparições a partir do conceito de paranormalidade e da explicação ovniológica, linha de investigação que, no universo dos estudos sobre Fátima, constitui uma percentagem muito reduzida."
Historiador e a construção
E o que dizem os historiadores sobre este anúncio? O investigador Luís Filipe Torgal, autor do ensaio O sol bailou ao meio-dia - A criação de Fátima, e estudioso da I República, faz notar que quando se consultam os jornais de 1916 a 1918 "eles estão inundados de questões relacionadas com a Guerra" e que nessa altura "surgem dezenas de notícias de aparições que ocorrem um pouco por todo o país e cuja mensagem está associada à Guerra. Aliás, 1917 é um ano especial porque em janeiro parte o Corpo Expedicionário Português para a Flandres".
Não deixa de sublinhar que "a Guerra é a essência da Mensagem de Fátima, tudo o resto é uma construção posterior, como é o caso da mensagem anti-comunista, que só se sabe nos anos 30". O historiador não encontra uma explicação para o anúncio: "Vejo-o, registo-o e integro-o como mais uma entre as diversas notícias sobre a Guerra, mas mais do que isso não. É difícil retirar daí uma interpretação e creio que ninguém o conseguirá." Em conclusão, afirma: "É uma coincidência e o mundo está cheia delas."

terça-feira, 7 de março de 2017


A "Menina nua" - A história desconhecida da famosa estátua do Porto
Conheço esta estátua da “Menina Nua”, no Porto. Quando perguntava quem
era, diziam-me simplesmente que era a estátua da “Menina Nua”, mas ninguém
sabia quem era ou outros pormenores. Curiosamente, todo o “tripeiro”
respeitava a estátua e todo o estrangeiro a fotografava. Só agora sei todo o seu
historial…
Mais vale tarde que nunca.

A "Menina nua"

A HISTÓRIA DESCONHECIDA DA FAMOSA ESTÁTUA
Chamava-se Aurélia Magalhães Monteiro e era conhecida por
Lela, Lelinha ou pela “Ceguinha do 9” - para a eternidade ficará
sempre a ser a “Menina Nua” da Av. dos Aliados, estátua que
toda a cidade conhece e aprecia.
Nasceu no dia 4 de Dezembro de 1910, na freguesia do Bonfim
e, pouco tempo antes de falecer, dizia-me que “tinha sido uma
das mulheres mais apreciadas e cobiçadas do seu tempo...”.
Vivia no rés-do-chão do Bloco 9 do Bairro da Pasteleira, numa
casa simples e humilde com flores a enfeitarem a entrada e a
sala de jantar.
Um dia convidou-me a entrar e contou-me um pouco da

história da “Menina Nua”:2

- «Tinha 21 anos quando fiz de modelo para o Henrique
Moreira, o mestre que fez a estátua: Mais tarde colocaram-me
na Avenida dos Aliados - que belos anos aqueles! Estive duas
semanas a “posar” e ainda hoje recordo com alegria e saudade
aqueles momentos de trabalho, pois posso morrer amanhã que
todos ficarão a saber quem era a Lela... Além disso, nessa
altura, dava-me bem com os artistas, era bonita e eles
convidavam-me. Andava por toda a parte, ganhei uns “cobres”
com o Henrique Moreira, mas hoje... Resta-me a consolação de
estar ali, de costas voltadas para o Almeida Garrett e de frente
para o D. Pedro IV.»
Perguntei-lhe nessa altura se não tinha havido problemas com
a nudez da estátua - por exemplo, proibições, censuras.
Ela respondeu-me:
- «Bem, sabe que naquela época havia certos sectores que se
opunham claramente e até ficaram escandalizados com a
“Menina Nua”. Nós éramos muito tacanhos e veja bem que há
50 anos as ideias eram realmente diferentes. Havia o Salazar, a
Pide e o povo era mais fechado, mais religioso. Felizmente o
mestre Henrique Moreira conseguiu “levar a água ao seu
moinho” e lá fiquei, de pedra e nua, assim como Deus me
botou ao Mundo...»
Sorriu de imediato, mostrando ainda réstias de um rosto bonito
e de uma boca fina, onde já rareavam os dentes, vítima do peso
dos anos e das canseiras e desgraças da vida. Além disso,
imagine uma “moçoila”, no tempo da “outra senhora”, a exporse
toda nua perante uns homens de tela e pincéis ou bocados
de pedra. Bem... era quase como ser comunista ou mulher da
vida.
Fez-se uma pausa para mandarmos umas “bocas” contra o
sistema do antigamente. Prossegui, perguntando-lhe quando e
onde tinha começado a ser modelo. Antes de me responder,
fica um pouco pensativa, levanta-se e encaminha-se para o seu
quarto, vasculha dentro do guarda-vestidos e traz-me um
amontoado de papéis e fotografias.3
- «Vá, veja lá tudo isto» - diz-me. (Anotei visualmente uma série
de fotografias, pequenas referências, recordações e
memórias da “Menina Nua”). «De qualquer modo, e se a
memória não me falha, comecei com o mestre Teixeira Lopes,
na figura-modelo da rainha D. Amélia. Esta estátua encontra-se
atualmente no museu com o mesmo nome, em Vila Nova de
Gaia. Nessa época tinha muita vergonha. Era uma “moçoila”
com 18 anos, bem feita e bonita. A minha mãe tinha falecido e
fiquei mais tarde com uma madrasta, de quem por acaso não
gostava nada; por isso mudei-me para o Bonfim, para casa da
minha santa avó. Que tempos... Nessa altura, iniciei-me como
modelo nas Belas Artes do Porto e lentamente fui-me
habituando, até que fiquei mais descarada...»
Levantou a cabeça e, numa reflexão interior, com risos de
vaidade e inconformismo, continuou:
- «Ah, nesse tempo, punha a cabeça dos rapazes em fogo, era
bonita e não havia ninguém que não me conhecesse como a
“Menina Nua”. Depois passei alguns anos como modelo, andei
pelo Norte, pelo Sul e até a Lourenço Marques (hoje Maputo) eu
fui. Fiz de modelo para vários mestres, entre eles: Acácio Lino,
Joaquim Lopes, Dórdio Gomes, Sousa Caldas, Augusto
Gomes, Camarinha e os consagrados Henrique Moreira e
Teixeira Lopes. Além da “Menina Nua”, estou no Buçaco, no
Cinema Rivoli, em Lisboa e em Moçambique... E hoje? Como
vê, aqui estou, desde os 43 anos cega, uma vida difícil de
adaptação, um mundo escuro, negro. E mais negro se tornou
aquando da morte do meu marido. Fiquei completamente só.
Hoje, passados alguns anos, tenho um casal a viver comigo,
sempre me ajudam a pagar a renda e a fazer-me um pouco de
companhia. Tenho umas ajudas do Centro de Dia da Terceira
Idade, ligado ao Centro Social cá do bairro, onde vou almoçar e
lanchar. Enfim, sempre ajuda a passar o tempo e a velhice.
Mas o que eu mais desejava na vida, além de mais dinheiro
para viver, era dos meus ricos olhos...» (Algumas lágrimas
correram-lhe pelas faces, enquanto se preparava para ir
almoçar ao Centro.)
Despedi-me dela, tentando consolá-la com frases de carinho e
amizade, mas a vida é um cão que não conhece o dono… Ela
despediu-se (nessa altura), com um bom dia, entrecortado com
um sorriso morgaiato, misto de Ribeira, Bonfim e Pasteleira...4
Aurélia Magalhães Monteiro, a Lela, a Lelinha ou a “Ceguinha
do 9”, faleceu no dia 2 de Junho de 1992, com 82 anos de
idade. No entanto, a “Menina Nua” continua viva, fixa e eterna,
ali na Avenida dos Aliados, envolta nos nevoeiros citadinos,
perpétua e ardente, nos dramas e vitórias deste povo.
Do livro "Pasteleira City", de Raul Simões Pinto – Edições Pé
de Cabra – Fevereiro de 1994

Lembrar Charlie Hebdo

Debris outside the paper's offices following the November 2011 attack
François Cavanna, one of the founders of Charlie Hebdo
  • Cabu (Jean Cabut), 76, cartunista.






























Barão de Itararé


"O que se leva desta vida é a vida que a gente leva" uma das frases antológicas de Barão de Itararé
Frases impagáveis do Barão de Itararé

Criador do jornal “A Manha”, o Barão ridicularizava ricos, classe média e pobres. Não perdoava ninguém, sobretudo políticos, donos de jornal e intelectuais.
Ele não era barão, é claro. Mas deu-se o título de nobre e nobre se tornou. O primeiro nobre do humor no Brasil. Debochava de tudo e de todos e costumava dizer que, “quando pobre come frango, um dos dois está doente”. Ele é um dos inventores do contra-politicamente correto.
Há muito que Apparício Fernando de Brinkerhoff Torelly, o Barão de Itararé (1895-1971) merecia uma biografia mais detida. Em 2003, o filósofo Leandro Konder lançou “Barão de Itararé — O Humorista da Democracia” (Brasiliense, 72 páginas). O texto de Konder é muito bom, mas, como é uma biografia reduzida, não dá conta inteiramente do personagem, uma espécie de Karl Kraus menos filosófico mas igualmente cáustico.
Quatro anos depois, o jornalista Mouzar Benedito lançou o opúsculo “Barão de Itararé — Herói de Três Séculos (Expressão Popular, 104 páginas). É ótimo, como o livrinho de Konder, mas lacunar. No final, há uma coletânea das melhores máximas do humorista, que dizia:

O uisque é uma cachaça metida a besta.

O que se leva desta vida é a vida que a gente leva.

A criança diz o que faz, o velho diz o que fez e o idiota o que vai fazer.

Os homens nascem iguais, mas no dia seguinte já são diferentes.

Dizes-me com quem andas e eu te direi se vou contigo.

A forca é o mais desagradável dos instrumentos de corda.

Sábio é o homem que chega a ter consciência da sua ignorância.

Não é triste mudar de ideias, triste é não ter ideias para mudar.

Mantenha a cabeça fria, se quiser ideias frescas.

O tambor faz muito barulho, mas é vazio por dentro.

Genro é um homem casado com uma mulher cuja mãe se mete em tudo.

Neurastenia é doença de gente rica. Pobre neurastênico é malcriado.

De onde menos se espera, daí é que não sai nada.

Quem empresta, adeus.

Pobre, quando mete a mão no bolso, só tira os cinco dedos.

O banco é uma instituição que empresta dinheiro à gente se a gente apresentar provas suficientes de que não precisa de dinheiro.

Tudo seria fácil se não fossem as dificuldades.

A televisão é a maior maravilha da ciência a serviço da imbecilidade humana.

Este mundo é redondo, mas está ficando muito chato.

Precisa-se de uma boa dactilógrafa. Se for boa mesmo, não precisa ser dactilógrafa.

O fígado faz muito mal à bebida.

O casamento é uma tragédia em dois actos: um civil e um religioso.

A alma humana, como os bolsos da batina de padre, tem mistérios insondáveis.

Eu Cavo, Tu Cavas, Ele Cava, Nós Cavamos, Vós Cavais, Eles Cavam.
Não é bonito, nem rima, mas é profundo…

Tudo é relativo: o tempo que dura um minuto depende de que lado da porta do banheiro você está.

Nunca desista do seu sonho. Se acabou numa padaria, procure em outra!

Devo tanto que, se eu chamar alguém de “meu bem”, o banco toma!

Viva cada dia como se fosse o último. Um dia você acerta…

Tempo é dinheiro. Paguemos, portanto, as nossas dívidas com o tempo.

As duas cobras que estão no anel do médico significam que o médico cobra duas vezes, isto é, se cura, cobra, e se mata, cobra.

O voto deve ser rigorosamente secreto. Só assim, afinal, o eleitor não terá vergonha de votar no seu candidato.

Em todas as famílias há sempre um imbecil. É horrível, portanto, a situação do filho único.

Negociata é um bom negócio para o qual não fomos convidados.

Quem não muda de caminho é trem.

A moral dos políticos é como elevador: sobe e desce. Mas em geral enguiça por falta de energia, ou então não funciona definitivamente, deixando desesperados os infelizes que confiam nele.