domingo, 30 de setembro de 2018

"​ Restaurantes não são santuários​"


" Restaurantes não são santuários" João Pereira Coutinho (in: Folha de S. Paulo)

Este texto é dedicado ao

"Chef" Avilez, que estragou dois magníficos restaurantes, o Tavares e, principalmente, o Belcanto. E como esta praga não é nacional apenas, dedicado também ao Alain Ducasse, que assassinou o em tempos magnífico Louis XV, o restaurante (emblemático) do Hotel de Paris, em Monte Carlo. Felizmente, neste caso, pelo menos continua a magnífica
garrafeira.

Restaurantes não são santuários...

Estou cansado da religião dos chefs: restaurantes não são santuários...
O melhor restaurante do mundo?
Ora, ora: é o Eleven Madison Park, em Nova York.
Parabéns, gente.
A sério.
Espero nunca vos visitar.
Entendam: não é nada de pessoal.
Acredito na vossa excelência.
Acredito, como dizem os críticos, que a vossa mistura de "cozinha
francesa moderna" com "um toque nova-iorquino" é perfeitamente
comparável às 72 virgens que existem no paraíso corânico.
Mas eu estou cansado da religião dos chefs.
Vocês sabem: a elevação da culinária a um reino metafísico,
transcendental, celestial.
Todas as semanas, lá aparece mais um chef, com a sua igreja,
apresentando o cardápio como se fossem as sagradas escrituras.
Os ingredientes não são ingredientes.
São "elementos".
Uma refeição não é uma refeição.
É uma "experiência".
E a comida, em rigor, não é comida.
É uma "composição".
Já estive em vários desses santuários.
Quando a comida chegava, eu nunca sabia se deveria provar ou rezar.
Os meus receios sacrílegos eram acentuados pelo próprio garçom, que depositava o prato na mesa e, em voz baixa, confidenciava o milagre que eu tinha à minha frente:
– Pato defumado com pétalas de tomate e essências de jasmim.
Escutava tudo com reverência, dizia um "obrigado" que soava a "amém" e depois aproximava o garfo trémulo, com mil receios, para não perturbar o frágil equilíbrio entre as "pétalas" e as "essências".
Em raros casos, sua santidade, o chef, aparecia no final.
Para abençoar os comensais.
No dia em que beijei a mão de um deles, entendi que deveria apostar.
E, quando não são santos, são artistas.
Um pedaço de carne não é um pedaço de carne.
É um "desafio".
É o teto da Capela Sistina aguardando pelo seu Michelangelo.
Nem de propósito: espreitei o site do Eleven Madison Park.
Tenho uma novidade para dar ao leitor: a partir de 11 de abril, o Eleven vai fazer uma "retrospectiva" (juro, juro) com os 11 melhores pratos dos últimos 11 anos.
"Retrospectiva."
Eis a evolução da história da arte ocidental: a pintura rupestre de Lascaux; as esculturas gregas de Fídias; os vitrais da catedral góticade Chartres; os quadros barrocos de Caravaggio; a tortinha de quiche de ovo do chef Daniel Humm.
Gosto de comer.
Gosto de comida.
Essas duas frases sã o ridículas porque, afinal de contas, sou português.
E é precisamente por ser português que me tornei um ateu dos "elementos", das "composições" e das "essências".
A religião dos chefs, com seu charme diabólico, tem arrasado os restaurantes da minha cidade.
Um deles, que fica aqui no bairro, servia uns "filetes de polvo com arroz do mesmo" que chegou a ser o barómetro das minhas relações amorosas: sempre que estava com uma namorada e começava a pensar no polvo, isso significava que a paixão tinha chegado ao fim.
Duas semanas atrás, voltei ao espaço que reabriu depois das obras.
Estranhei: havia música ambiente e a iluminação reduzida imitava as casas de massagens da Tailândia (aviso: querida, se estiveres a ler esta crónica, juro que nunca estive na Tailândia).
Sentei-me.
Quando o polvo chegou, olhei para o prato e perguntei ao dono se ele não tinha esquecido alguma coisa.
"O quê?", respondeu o insolente.
"O microscópio", respondi eu.
Ele soltou uma gargalhada e explicou: "São coisas do chef, doutor."
"Qual chef?", insisti.
Ele, encolhendo os ombros, respondeu com vergonha: "O Agostinho".
O cozinheiro virou chef e o meu polvo virou calamares.
Infelizmente, essa corrupção disseminou-se pela pátria amada.
Já escrevi sobre o crime na imprensa lusa.
Ninguém acompanhou o meu pranto.
É a música ambiente que substituiu o natural rumor das conversas.
É a iluminação de bordel que impede a distinção entre uma azeitona e uma barata.
É o hábito chique de nunca deixar as garrafas na mesa, o que significa que o garçom só se apercebe da nossa sede "in extremis" quando existem tremores alcoólicos e outros sinais de abstinência.
Meu Deus, onde vamos parar?
Não sei.
Mas sei que já tomei providências: no próximo outono, tenciono aprender a caçar.
Tudo serve: perdiz, lebre, javali.
Depois, com uma fogueira e um espeto, cozinho o bicho como um homem pré-histórico.
O pináculo da civilização é tortinha de quiche de ovo do chef Daniel Humm?
Então chegou a hora de regressar às cavernas de Lascaux..."

O mundo de hoje


Retrata bem o "politicamente correcto" dos dias de hoje!


Nevou no Rio de Janeiro, pela primeira vez na história!!!

8:00 Eu fiz um boneco de neve.

8:10 Uma feminista passou e me perguntou porque eu não fiz uma mulher de neve.

8:15 Eu fiz uma mulher de neve.

8:17 Minha vizinha feminista reclamou do perfil voluptuoso da mulher da neve dizendo que ela ofende as mulheres da neve em todos os lugares.

8:20 O casal gay que mora nas proximidades teve um ataque de raiva e protestou, porque poderiam ter sido dois homens de neve.

8:22 Um transgénero da outra rua me perguntou por que não fazia um boneco com partes removíveis.

8:25 Os veganos no final da rua se queixaram do nariz de cenoura, já que os vegetais são comida e não para decorar bonecos da neve.

8:31 O cavalheiro muçulmano do outro lado da rua exige aos berros que a mulher da neve use uma burka.

8:40 A polícia chega dizendo que há uma denúncia anónima contra mim, de alguém que foi ofendido pelo meu racismo e discriminação, porque os bonecos são brancos.

8:42 A vizinha feminista reclamou novamente que a vassoura da mulher da neve deveria ser removida porque ela representa as mulheres em um papel doméstico de submissão.

8:43 Um promotor chegou e ameaçou me processar se eu não pedisse desculpas públicas pelo maldito boneco de neve.

8:45 A equipe de jornalismo da TV apareceu. Eles me perguntam se eu sei a diferença entre bonecos de neve e mulheres de neve. Eu respondo: as "bolas de neve" e agora elas me chamam de sexista.

9:00 Estou no noticiário como um suspeito, terrorista, racista,

delinquente, com tendências homofóbicas, determinado a causar problemas durante o mau tempo. Estou passando por tudo isso por causa dos malditos bonecos de neve!!

9:05 Quem mandou fazer a p... dos bonecos de neve?... Estão me perguntando se eu tenho um cúmplice. Ou se alguma organização me incentivou a fazer os bonecos, nas redes sociais.

9:29 Os manifestantes da extrema esquerda e da extrema direita, ofendidos por tudo, estão marchando pelas ruas exigindo que me decapitem.

9:32 Os neo-nazis marcham em frente à minha casa acusando-me de ser comunista.

9:35 As feministas me xingam e pintam a fachada da minha casa com a palavra “machista”.

9:45 Os evangélicos me acusam de querer usurpar o lugar de Deus, por criar um homem e uma mulher de neve, e querem me exorcizar, dizendo que eu realizei um ritual pagão.

9:55 Organizações ambientais me acusam de poluir a neve.

Moral da história: não há.

É apenas o mundo em que vivemos hoje - e vai piorar.

O que foi aqui narrado pode ocorrer, e algumas coisas já estão acontecendo.

De tudo isso, a coisa mais difícil de acontecer é...

neve no Rio de Janeiro.

O que a Troika queria aprovar e Não conseguiu!


NENHUM GOVERNANTE, FALA NISTO... PUDERA...
O que a Troika queria aprovar e não conseguiu!!!!!!----


1. Reduzir as mordomias(gabinetes, secretárias, adjuntos, assessores, suportes burocráticos respectivos, carros atestados, motoristas, etc.) dos ex-Presidentes da República.

2. Redução do número de deputados da Assembleia da República para 80, profissionalizando-os como nos países a sério. Reforma das mordomias na Assembleia da República, como almoços opíparos, com digestivos e outras libações, tudo à custa do pagode.

3. Acabar com centenas de Institutos Públicos e Fundações Públicas que não servem para nada e, têm funcionários e administradores com 2º e 3º emprego.

4. Acabar com as empresas Municipais, com Administradores a auferir milhares de euro/mês e que não servem para nada, antes, acumulam funções nos municípios, para aumentarem o bolo salarial respectivo.

5. Por exemplo as empresas de estacionamento não são verificadas porquê? E os aparelhos não são verificados porquê? É como um táxi, se uns têm de cumprir porque não cumprem os outros? e se não são verificados como podem
ser auditados*?

6. Redução drástica das Câmaras Municipais e Assembleias Municipais, numa reconversão mais feroz que a da Reforma do Mouzinho da Silveira, em 1821.

7. Redução drástica das Juntas de Freguesia. Acabar com o pagamento de 200 euros por presença de cada pessoa nas reuniões das Câmaras e 75 euros nas Juntas de Freguesia.

8. Acabar com o Financiamento aos partidos,que devem viver da quotização dos seus associados e da imaginação que aos outros exigem, para conseguirem verbas para as suas actividades.

9. Acabar com a distribuição de carros a Presidentes, Assessores, etc, das Câmaras, Juntas, etc., que se deslocam em digressões particulares pelo País;.

10. Acabar com os motoristas particulares 20 h/dia, com o agravamento das horas extraordinárias... para servir suas excelências, filhos e famílias e até, os filhos das amantes...

11. Acabar com a renovação sistemática de frotas de carros do Estado e entes públicos menores, mas maiores nos dispêndios públicos.

12. Colocar chapas de identificação em todos os carros do Estado. Não permitir de modo algum que carros oficiais façam serviço particular tal como levar e trazer familiares e filhos, às escolas, ir ao mercado a compras, etc.

13. Acabar com o vaivém semanal dos deputados dos Açores e Madeira e respectivas estadias em Lisboa em hotéis de cinco estrelas pagos pelos contribuintes que vivem em tugúrios inabitáveis.

14. Controlar o pessoal da Função Pública (todos os funcionários pagos por nós) que nunca está no local de trabalho. Então em Lisboa é o regabofe total. HÁ QUADROS (directores gerais e outros) QUE, EM VEZ DE ESTAREM NO
SERVIÇO PÚBLICO, PASSAM O TEMPO NOS SEUS ESCRITÓRIOS DE ADVOGADOS A CUIDARDOS SEUS INTERESSES, QUE NÃO NOS DÁ COISA PÚBLICA.

15. Acabar com as administrações numerosíssimas de hospitais públicos que servem para garantir tachos aos apaniguados do poder - há hospitais de província com mais administradores que pessoal administrativo. Só o de
PENAFIEL TEM SETE ADMINISTRADORES PRINCIPESCAMENTE PAGOS... pertencentes ásoligarquias locais do partido no poder.

16. Acabar com os milhares de pareceres jurídicos, caríssimos, pagos sempre aos mesmos escritórios que têm canais de comunicação fáceis com o Governo, no âmbito de um tráfico de influências que há que criminalizar, autuar, julgar e condenar.

17. Acabar com as várias reformas por pessoa, de entre o pessoal do Estado e entidades privadas, que passaram fugazmente pelo Estado.

18. Pedir o pagamento dos milhões dos empréstimos dos contribuintes ao BPN e BPP.

19. Perseguir os milhões desviados por Rendeiros, Loureiros e Quejandos, onde quer que estejam e por aí fora.

20. Acabar com os salários milionários da RTP e os milhões que a mesma recebe todos os anos.

21. Acabar com os lugares de amigos e de partidos na RTP que custam milhões ao erário público.

22. Acabar com os ordenados de milionários da TAP, com milhares de funcionários e empresas fantasmas que cobram milhares e que pertencem a quadros do Partido Único (PS + PSD ).

23. Acabar com o regabofe da pantomina das PPP (Parcerias Público Privado), que mais não são do que formas habilidosas de uns poucos patifes se locupletarem com fortunas à custa dos papalvos dos contribuintes, fugindo
ao controle seja de que organismo independente for e fazendo a "obra" pelo preço que "entendem".

24. Criminalizar, imediatamente, o enriquecimento ilícito,perseguindo, confiscando e punindo os biltres que fizeram fortunas e adquiriram patrimónios de forma indevida e à custa do País, manipulando e aumentando preços de empreitadas públicas, desviando dinheiros segundo esquemas pretensamente "legais", sem controlo, e vivendo à tripa forra à custa dos
dinheiros que deveriam servir para o progresso do país e para a assistência aos que efectivamente dela precisam;

25. Controlar rigorosamente toda a actividade bancária por forma a que, daqui a mais uns anitos, não tenhamos que estar, novamente, a pagar "outra crise".

26. Não deixar um único malfeitor de colarinho branco impune, fazendo com que paguem efectivamente pelos seus crimes, adaptando o nosso sistema de justiça a padrões civilizados, onde as escutas VALEM e os crimes não prescrevem com leis à pressa, feitas à medida.

27. Impedir os que foram ministros de virem a ser gestores de empresas que tenham beneficiado de fundos públicos ou de adjudicações decididas pelos ditos.

28. Fazer um levantamento geral e minucioso de todos os que ocuparam cargos políticos, central e local, de forma a saber qual o seu património antes e depois.

29. Pôr os Bancos a pagar impostos.

Assim e desta forma, Sr. Ministro das Finanças, recuperaremos depressa a nossa posição e sobretudo, a credibilidade tão abalada pela corrupção quegrassa e pelo desvario dos dinheiros o Estado.

Discurso do ex-Ministro Brasileiro da Educação nos EUA ..


Este discurso merece ser lido, afinal não é todos os dias que um brasileiro dá um 'baile' educadíssimo aos Americanos...

Durante um debate numa universidade dos Estados Unidos o ex-Ministro da Educação CRISTOVAM BUARQUE foi questionado sobre o que pensava da internacionalização da Amazónia (ideia que surge com alguma insistência nalguns sectores da sociedade americana e que muito incomoda os brasileiros).
Um jovem americano fez a pergunta dizendo que esperava a resposta de um Humanista e não de um Brasileiro. Esta foi a resposta de Cristovam Buarque :
'De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazónia. Por mais que nossos governos não
tenham o devido cuidado com esse património, ele é nosso. Como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazónia, posso imaginar a sua internacionalização, como também a de tudo o mais que tem importância para a humanidade. Se a Amazónia, sob uma ética humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro... O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazónia para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extração de petróleo e subir ou não seu preço. Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado. Se a Amazónia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono ou de um país. Queimar a Amazónia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação.
Antes mesmo da Amazónia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França. Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo génio humano. Não se pode deixar esse património cultural, como o património natural Amazónico, seja manipulado e destruído pelo gosto de um proprietário ou de um país.
Não faz muito tempo, um milionário japonês, decidiu enterrar com ele, um quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado. Durante este encontro, as Nações Unidas estão realizando o Fórum do Milénio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu acho que Nova York, como sede das Nações Unidas, deve ser internacionalizada. Pelo menos Manhattan deveria pertencer a toda a humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica, sua história do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro.
Se os EUA querem internacionalizar a Amazónia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos também todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maior do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil.
Nos seus debates, os actuais candidatos à presidência dos EUA têm defendido a ideia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida. Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do Mundo tenha possibilidade de COMER e de ir à escola. Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como património que merece cuidados do mundo inteiro. Ainda mais do que merece a Amazónia. Quando os dirigentes tratarem as
crianças pobres do mundo como um património da Humanidade, eles não deixarão que elas trabalhem quando deveriam estudar, que morram quando deveriam viver.
Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo. Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazónia seja nossa. Só nossa!'

Pedir, ou não pedir factura (NIF incluido)...!


A economia paralela em Portugal vale perto de 46 mil milhões de euros!

Nessa altura, o Índice da Economia não Registada elaborado pelo observatório indicava que a economia paralela valia 26,81% do PIB, o equivalente a 45,9 mil milhões de euros. Entretanto, o observatório está a elaborar o índice com dados relativos a 2015, um estudo ainda não terminado, mas Óscar Afonso, do Obegef, diz ao DN/Dinheiro Vivo que "os primeiros resultados apontam para uma manutenção" desses valores.

Os dados diferem dos do Instituto Nacional de Estatística, que calcula que a economia paralela represente 13% do PIB. Uma das razões para esta diferença é o facto de o INE incluir nas suas estimativas indicadores como a prostituição e o tráfico de droga. A contabilização destes indicadores no PIB leva a uma redução do peso relativo da economia paralela.

A confirmarem-se os valores esperados para 2015, tributar a economia paralela seria suficiente para pagar cinco vezes custos como a isenção do pagamento de taxas moderadoras ou a abertura de novas Unidades de Saúde Familiar (que permitiria atribuir um médico de família a cada português). Estes são exemplos que constam do Orçamento do Estado para 2016, que prevê destinar 9,5 mil milhões de euros à Saúde.

Estados pactuam com paraísos fiscais

O estudo do Obegef revela que bastava que os níveis da economia paralela em Portugal caíssem para a média da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, que ronda os 16,4% do PIB, para que o défice público baixasse para 2,5%, cumprindo o limite de 3% estabelecido pela Comissão Europeia. Isto aplicando uma taxa média de impostos de 20% ao rendimento adicional. Já num cenário de total inexistência de economia paralela, calcula o OBEGEF, Portugal deixaria de ser um país deficitário, para atingir um excedente de 0,4%. Entre as razões que incentivam a economia paralela, o observatório aponta para a carga fiscal elevada e para a evolução do mercado de trabalho, em particular para o aumento do desemprego. Ao mesmo tempo, os Estados "pactuam" com paraísos fiscais.

Quanto a dados oficiais, o relatório mais recente do Ministério das Finanças remete para estudos da Comissão Europeia sobre evasão fiscal. Os últimos dados, relativos a 2013, mostram que o nível de evasão fiscal em IVA em Portugal foi de 9%, o sétimo valor mais baixo da União Europeia. À frente de Portugal estão a Finlândia, a França, o Luxemburgo, a Eslovénia, a Suécia e a Holanda.

O anterior governo estimou que o combate à fraude e à evasão fiscais rendeu, em 2014, 3,3 mil milhões de euros ao Estado, o equivalente a 2% da riqueza produzida nesse ano. "Em 2014, em resultado da acção inspetiva, da recuperação de dívidas por via coerciva e coimas, o valor do combate à fraude e evasão superou os 2,5 mil milhões de euros (2550 milhões de euros). Por outro lado, os ganhos de eficiência da Autoridade Tributária e Aduaneira no combate à económica paralela ascenderam a 760 milhões de euros", lê-se no relatório.

Finlândia em crise admite deixar Euro


Quem diria.......cá se fazem, cá se pagam. Estavam como feras contra Portugal

Finlândia em crise admite deixar Euro
In jornal diabo.com/internacional

Há quatro anos destacavam-se entre os que exigiam castigos mais duros para Portugal. Agora estão em crise profunda e não querem a mesma
austeridade que nos foi imposta. Quando olham para o sucesso sueco,
norueguês e dinamarquês, os finlandeses retiram uma conclusão óbvia:
para evitar um massacre social e económico como o nosso, têm de sair
do Euro.

Não deixa de ser irónico: o país que disse que Portugal endividado
tinha de ser expulso da Zona Euro atravessa agora uma crise de tal
amplitude que talvez tenha, ele próprio, de deixar de usar a moeda
única. Recentemente, Paavo Väyrynen, eurodeputado pelo Partido do
Centro da Finlândia (actualmente no poder), afirmou mesmo que o seu
país “não tem tempo para desperdiçar na saída do Euro”. O político
reuniu os 50 mil apoios escritos necessários para a convocação de um
referendo sobre o tema, mas adianta que vai tentar que a decisão seja
directamente tomada pelo parlamento, tal a pressa: “um referendo
demoraria anos” a concretizar, referiu.

O Governo, de centro-direita, está dividido sobre que caminho
escolher. Após quatro anos de recessão, a economia deste país nórdico
encontra-se completamente estagnada. A Comissão Europeia admitiu, na
semana passada, que a Finlândia é hoje o Estado-membro com menor
crescimento: meio por cento.

Enquanto o país agredia verbalmente Portugal, não deu atenção
suficiente aos seus próprios problemas. Os custos de mão-de-obra do
país são 10 a 15 por cento mais elevadas do que os dos seus parceiros
comerciais, disparidade que já não pode ser consertada com uma
desvalorização monetária, apenas com austeridade. Curiosamente, quando
o mesmo aconteceu em Portugal, os finlandeses foram dos primeiros a
defender que os portugueses tinham de se tornar mais competitivos, e
que não tínhamos sequer dignidade suficiente para o actual ordenado
mínimo.

A palavra “flexibilização laboral” também entrou no léxico da antiga
colónia russa, saída da boca de Olli Rehn, o antigo comissário da UE
odiado pelos europeus do sul. Dois feriados vão ser cortados, e as
empresas vão deixar de ser obrigadas a negociar em concertação social,
passando a poder pagar o mínimo possível. Previsivelmente, os
finlandeses saíram à rua para paralisar o país com greves. Depois de
quererem condenar Portugal a vários anos de dor, os finlandeses não
querem o mesmo remédio. Mas há quem acha que nenhum dos países tinha
de passar pelo desastre que agora enfrenta.

Soberania monetária

Sem o peso do dogmatismo pro-europeísta, dois académicos finlandeses
elaboraram um estudo que permitiu projectar o que teria acontecido se
o país nunca tivesse abandonado a sua antiga moeda, o “Markka”.
Segundo a simulação, com o impacto da crise, o Markka teria
desvalorizado 20 por cento em relação ao Euro, mas a recuperação
económica do país teria sido muito mais veloz, pois as exportações
teriam aumentado 15 por cento.

Um dos académicos, Tuomas Malinen, é decisivo nas suas conclusões: a
culpa da estagnação do país é do Euro. Admitindo que o colapso da
Nokia e o mercado de trabalho rígido são problemas estruturais graves,
as conclusões do académico são que “apenas se tornaram um problema
inultrapassável porque a Finlândia usa o Euro”. No entanto, fica a
nota: abandonar a moeda única tem custos, que os académicos estimam em
20 mil milhões de euros.

Para os detractores do Euro, o custo valeria a pena, e seria
recuperado após alguns anos. Caso exemplar é a Suécia, um pequeno
oásis de prosperidade no meio de um deserto económico: durante o
período da crise na Europa, o país cresceu oito por cento. Em
comparação, a Zona Euro ainda não regressou aos níveis económicos
pré-recessão.

Outro exemplo é o Reino Unido, que é hoje a economia mais pujante da
Europa, tudo porque gere a Libra Esterlina conforme as suas
necessidades. Do outro lado do canal, a França enfrenta mais um ano de
elevado desemprego e crescimento quase nulo. Não admira, pois, que
David Cameron já tenha explicado taxativamente a Bruxelas que nunca,
por nunca ser, a União Europeia poderá exigir que o seu país adopte o
Euro.

A dura realidade da moeda única

Todas as principais agências de ‘rating’ colocaram as perspectivas da
Finlândia em “negativo”, e o Governo vai ter de aumentar a dívida em
13 mil milhões de euros em 2016, na melhor das hipóteses. A despesa
pública do país representa agora 58 por cento do PIB nacional, o valor
mais elevado da Europa e um dos mais elevados do mundo.

A União Europeia governou a sua moeda apenas em benefício de um único
país durante demasiado tempo, e não faz os necessários incentivos
monetários a tempo. Apesar de Mário Draghi ter o Banco Central Europeu
a oferecer amplos estímulos financeiros, incluindo uma taxa de juro
(e, por arrasto, de crédito) perto de zero por cento, a economia
Europeia continua estagnada e a deflação começou a instalar-se.

Na Finlândia, os políticos pró-europeus falam, de forma desesperada,
em “inovação” para consertar os problemas da Nação. De facto, o país é
casa de alguns dos melhores técnicos, cientistas e profissionais do
mundo, mas criar nova riqueza é difícil. No seu auge, a Nokia dava
emprego a quase 200 mil pessoas. Hoje, o sector dos videojogos, que o
Governo local aplaude como um exemplo, apenas emprega 2.600
trabalhadores. Apesar de haver ideias, e até financiamento, exportar
com o peso do Euro é muito difícil. O desinvestimento no sector da
educação e a “fuga de cérebros” para países mais prósperos e
dinâmicos, como o Reino Unido e os Estados Unidos, coloca ainda o
futuro do pequeno país mais em causa, tal como acontece actualmente em
Portugal. Vale a pena continuar no Euro? É possível que os finlandeses
em breve votem sobre o assunto.

sábado, 8 de setembro de 2018

Verdade desportiva. Ah! Ah! Ah!

O futebol é uma das máfias nacionais, aquela que mais às claras actua, até por sentimento de impunidade, que duvido, mesmo que estes processos consigam contrariar.

José Pacheco Pereira 8 de Setembro de 2018


O interessante e pouco surpreendente exercício de contenção de danos que sucessões de adeptos do Benfica, célebres, consagrados, eminentes juristas, e homens que só eles sabem quem são, fazem, com a cumplicidade activa da comunicação social reduzida a esta miséria, tem como objectivo dizer que, se houve ilegalidades, elas foram de um homem ou dois e não atingem o clube, nem essa coisa contraditória nos seus termos, chamada a “verdade desportiva”. Isto porque uma das sanções previstas, em absoluta teoria e em absoluta impossibilidade prática, inclui a proibição do clube jogar por uns meses e anos, ou ser despromovido para uma divisão inferior. A tese é que nenhum jogo foi ganho ou perdido, a célebre “verdade desportiva”, por causa de uma malfeitoria de espionagem ilegal ao sistema judicial e a várias bases de dados públicas, para obter informações sobre processos judiciais e dados sobre árbitros.

A questão é muito simples: na história da corrupção em Portugal há quatro componentes, três de cima, e uma de baixo. Completam-se como peças de um jogo, neste caso o jogo do nosso atávico atraso nacional. Nacional, português, nosso, que todos nós pagamos para alguns receberem. As três de cima são as dos grandes: a corrupção na política, nos negócios e no futebol, profundamente interligadas. A de baixo, é a pequena corrupção do dia-a-dia, que os portugueses praticam como quem respira e que, entre outras coisas, gera o pano de fundo para toda a corrupção, nem que seja pela fragilíssima condenação de ilegalidades quando são parecidas com as que os de baixo praticam. São tudo valentões contra a corrupção, no café e nas caixas de comentários e Facebooks, mas depois, como se vê no futebol, fecham os olhos tão forte que até dói.

O futebol é uma das máfias nacionais, aquela que mais às claras actua, até por sentimento de impunidade, que duvido, mesmo que estes processos consigam contrariar. Todos os componentes das máfias estão lá: associação de criminosos e comunidade à volta do crime consentido, se for a favor do “nosso” clube. A máfia em Itália e nos EUA também é assim, e parte o seu sucesso tem a ver com a parte comunitária: defesa da Sicília mais pobre, defesa da comunidade italiana nos EUA, protecção dos “seus”, definição de territórios, etc..

No futebol encontramos também a “emoção” da comunidade dos adeptos, do “Porto é uma nação”, ou “o Benfica é Portugal”, e no Sporting também deve haver uma variante, etc. E, por detrás disto um grupo de gente amoral, oportunista, conhecedora de todos os esquemas, vive e enriquece por conta do clube, protegendo-se por uma omertà que só é violada quando há competição pelo bolo, dando em troca aos adeptos “vitórias”. Estão todos sentados em cima de pilhas de dinheiro. Em qualquer empresa, os valores que circulam à volta da compra e venda de jogadores e treinadores no mundo igualmente mafioso dos “agentes”, seria notícia, aqui é trivial, aqui é a normalidade. Ninguém verdadeiramente se pergunta de onde vem e para onde vão estes milhões. Nem sequer aqueles que espumam quando sabem de algum alto salário nas empresas ou pequeno e médio no estado, dizem nada com os valores astronómicos que são pagos. Este dinheiro que circula por baixo da mesa, por offshores, e que dá origem em alguns países a processos de fraude e evasão fiscal, em que quase todos os jogadores e treinadores estão envolvidos, permite depois os cartões dourados, as despesas de tudo, desde os charutos à lingerie para prendas, os empregos para mulheres, primos e filhos, os carros, as mordomias, que tornam apetecível qualquer lugar no topo ou na base dos clubes de futebol.

Depois, como na máfia, há a circulação de promiscuidades entre o futebol, a política e os negócios. Nem vale a pena falar muito, porque está tudo à vista e não é pago nem por bilhetes de futebol, nem lugares VIP, nem camisolas. É uma troca de favores, que vale milhões em isenções fiscais, em fiscalidade “favorável” em autorizações para urbanizações e construções, tudo. E a tudo isto deve-se acrescentar o papel, como na máfia, de vários Consiglieri e Fixers, entre a melhor advocacia portuguesa e uma extensa rede de cumplicidades e favores na comunicação social.

E, por fim, last but not the least, os exércitos para a guerra, a violência, a defesa do território, as vinganças, e para pôr na ordem adversários e traidores, — as claques. Claques pagas com merchandising e tráfico de droga e cujos disciplinados soldados atacaram os jogadores do Sporting, e “puseram” na ordem, com algumas sovas até com mortes, ainda por esclarecer, no Porto, quem se lhes opunha ou no mundo dos negócios obscuros que controlam, da segurança à “noite”. Ai não sabem! Sabem, sabem, todos, dirigentes desportivos, jogadores, treinadores, polícias e ladrões.

Voltando à “verdade desportiva”, esse caso típico de um oximorón dialéctico, para os irritar com a intelectualidade. Então os homens queriam saber coisas sobre os árbitros, queriam saber coisas sobre as investigações sobre o clube, para quê? Para fortalecer o clube, permitir-lhe vantagens competitivas, fazer chantagem e corromper os árbitros, evitar sarilhos e garantir impunidade, e em linhas gerais aumentar o poder e o dinheiro disponível, inclusive para comprar e pagar melhores jogadores. E isso não tem nada a ver com o “relvado”? Com os jogos? Com as “vitórias”?

Eles acham que nós somos parvos e temos medo. Nem todos.