terça-feira, 13 de agosto de 2019

Os segredos de "Morte Branca", o atirador mais mortífero da história


Simo Häyhä é uma lenda para os finlandeses; um pesadelo para os russos que viveram sob a ameaça de uma bala, durante a guerra de Inverno, entre Rússia e Finlândia, entre 1939-40, um conflito paralelo à II Guerra Mundial.

Simo Häyhä

Apelidado pelos inimigos como "Morte Branca", Simo tem um registo difícil de alcançar: 505 soldados abatidos em apenas 105 dias, a uma média de quase cinco inimigos mortos por dia, num cenário de extrema dificuldade, no inverno gelado das nórdicas paragens da fronteira entre Rússia e Finlândia, com as temperaturas entre os 20 e os 40 graus negativos.

Os segredos da eficácia mortal de Simo Häyhä foram contados em livro por Tapio Saarelainen, ele próprio um atirador especial ao serviço do exército finlandês. Com base em entrevistas a Simo e visitas aos locais onde "Morte Branca" actuou, conta os segredos do franco-atirador mais mortífero da história.

Simo Häyhä fez uma demonstração de como actuava

Simo usava uma espingarda M28 Pystykorva, sem mira telescópica. Uma desvantagem para apontar, que o mantinha mais seguro, uma vez que evitava o reflexo da neve no vidro da mira, preservando a posição.

Os pequenos pormenores fizeram do pequeno Simo, um homem esguio, com pouco mais de 1,5 metros de altura, provavelmente o maior atirador da história militar mundial. Conta Tapio Saarelainen que Simo tapava a boca com neve para que o inimigo não pudesse ver-lhe o bafo ao longe e compactava neve em volta do buraco em que se escondia, para que esta não se desprendesse quando disparava.

Simo Häyhä fez uma demonstração de como actuava

"Simo Häyhä não tinha acesso a informação. Era um caçador e um atirador de elite, não um matemático", escreve Saarelainen. Aprendera com o pai os truques para seguir os alces, fundir-se na natureza branca e matar o animal. Estratégias que usou com os soldados russos: estudava minuciosamente o terreno, decorava cada tronco no chão, cada monte de neve, as pegadas de animal. Se algo mudava, se havia menos neve, se um pássaro se calava, Simo entrava em modo morte.

Simo Häyhä fez uma demonstração de como actuava

A fama que aterrorizava os inimigos, superiores aos finlandeses numa proporção de 10 para 1, fez dele um alvo prioritário para o exército de Estaline, que enviou os melhores atiradores para o localizar. Nunca conseguiram. Mas a estratégia de força bruta acabou por ter resultados. Os russos faziam bombardeamentos para o tentar obrigar a sair da posição, até que um dia, uma bomba de fragmentação lançada ao calhas o apanhou.

Foi encontrado em coma pelos companheiros, com o lado esquerdo do corpo desfigurado. Recuperou a consciência uma semana após o ataque, na altura em que Rússia e Finlândia assinaram um acordo de paz. Não teve de usar mais a arma para matar homens, mas regressou às florestas da fronteira para caçar alces, como lhe ensinara o pai.

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