quinta-feira, 1 de outubro de 2015

O POEMA “QUADRILHA” E SALGADO


Carlos Drummond de Andrade, poeta brasileiro genial, tem um poema l fabuloso intitulado 'Quadrilha'. Sem querer fazer concorrência desleal a Nicolau Santos, aqui o deixo publicado para que possamos glosá-lo.

"João amava Teresa que ama­va Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém. João foi para os Estados Uni­dos, Teresa para o convento, Raimundo morreu de desas­tre, Maria ficou para tia, Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes que não tinha entrado na história"

Ricardo Salgado tem como grande amigo Proença de Carvalho, que é advogado de Sócrates que tinha como ministro Manuel Pinho que era da administração do BES, como Salgado. Ou Ricardo Salgado tinha como qua­dro destacado Rita Cabral, mulher de Marcelo Rebelo de Sousa, conselheiro de Estado nomeado por Cavaco Silva que é amigo de Eduardo Catroga, chairman da EDP, empresa comprada pelos chineses que tem como CEO António Mexia, o qual é amigo de Salgado e começou a sua carreira no grupo, na ESSI.

Ou, ainda, Salgado tinha como sócio, em Angola, Álvaro Sobrinho, que é irmão de Sílvio Madaleno, que é o patrão dos jornais "Sol" e "l" e em tempos quis comprar a RTP. Parece que estes zanga­ram-se. Mas a amizade perdu­ra, ao que se sabe com Nuno Vasconcellos e Rafael Mora, principais chefes da Ongoing que detém empresas em Por­tugal e no Brasil, além de se dedicarem à caça de talentos e à sua colocação em várias empresas e serem donos do "Diário Económico" e do Eco­nómico TV. Acima de tudo, têm quase 10% da PT, sendo que Salgado tinha quase outro tanto e, por essa via, eram todos amigos de Granadeiro e de Zeinal Bava, que mandam na PT, emprestam dinheiro a Salgado e fizeram uma frente para impedir que Belmiro comprasse a telefónica que, na altura, era nacional e tinha uma golden share do Estado, com quem Salgado se aliou. Esperando que ninguém mor­ra de desastre nem se suicide, sabendo que tias existem suficientes na história, resta saber quem pode ser o tal senhor J. Pinto Fernandes. As hipóteses são escassas. Drummond decidiu batizar o seu poema com o nome 'Quadrilha', uma dança e contradança em que todos os participantes se cruzam e entrecruzam. Em Portugal também é assim... e não só em casos amorosos, também nos negócios. 

Henrique Monteiro

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