"O mundo da realidade tem os seus limites. O mundo da imaginação não tem fronteiras." J.J. Rousseau ||| Faz mais ruído uma árvore que cai do que uma floresta a crescer.
sábado, 22 de junho de 2013
Acabemos com o dia da mulher!
Le Monde, 8 Março 2012
“Mulheres, uma luta sem fim”, titula Le Monde na ocasião do Dia Mundial da Mulher. Mas no seu editorial, o diário parisiense pronuncia-se “a favor da abolição do dia 8 de Março”:
Acaba por ser algo irrisório o facto de se insistir, uma vez por ano, em colocar na ribalta metade da população mundial para constatar que esta não tem a mesma igualdade que a outra metade. A luta pela igualdade das mulheres é uma luta diária, que não é travada apenas no dia 8 de Março.
De facto, o ano que passou demonstrou claramente que a luta das mulheres é constante e a Primavera Árabe mediatizou cidadãos que constituem um verdadeiro desafio para os partidos islamitas. “Na Europa, e nomeadamente em França, as mulheres também não conseguem baixar a guarda um único dia no ano.”
Mas tomando a França como exemplo, Le Monde recorda que as mulheres continuam muito afastadas das responsabilidades na política e na alta administração e que a discrepância dos salários continua a atingir os 25%. Em suma, conclui Le Monde “a luta continua”, com ou sem o dia 8 de março
Mais poder para as mulheres!
Der Spiegel, 31 janeiro 2011
"Por que razão a Alemanha precisa de quotas para as mulheres?" Depois da publicação do relatório do Governo sobre a igualdade, e agora que a ministra da Família e do Trabalho pretende fazer deste tema o seu próximo grande projecto, Der Spiegel advoga a introdução de quotas para que hajam mais mulheres em posições de responsabilidade nas empresas. Os autores do artigo observam que, a começar pela redacção do Spiegel, estamos longe da igualdade com "32 homens a chefiar secções contra apenas duas mulheres. Há mais homossexuais do que mulheres entre os redactores", e explicam que no resto do país a situação é ainda pior. Nos conselhos de administração das 100 maiores empresas alemãs apenas 2,2% são mulheres. Em causa está a impossibilidade de conciliar a família com a carreira profissional na Alemanha. O Governo pretende inspirar-se nos seus vizinhos, como a Noruega, que impôs uma quota de 40% de mulheres nos conselhos de administração até 2008, a França e a Espanha com 40% até 2015, a Holanda prepara uma quota de 30%, e a Comissão Europeia ameaça impor quotas, se nada for feito nos outros países até ao final de 2011.
Maternidade: direito ou dever?
Dagens Nyheter, 24.02.2010
"A UE chega a todo o lado", é a reacção algo agastada do Dagens Nyheter à proposta da Comissão dos Direitos das Mulheres do Parlamento Europeu, que prevê prolongar a licença de maternidade. Esta, que dura agora 14 a 28 semanas, conforme o Estado-membro, teria no mínimo 20 semanas, com o salário integral. Destas 20 semanas, seis seriam obrigatoriamente gozadas logo após o parto, para encorajar o aleitamento materno no maior período possível.
O diário sueco nota a existência de uma relação entre o número de mulheres a trabalhar e o número de filhos por mulher. Em países com uma taxa elevada de emprego das mulheres como, por exemplo, a Suécia, a Dinamarca e a Finlândia, a taxa de fecundidade é igualmente alta. Considera, porém, que "a ideia de uma lei que obrigue as mulheres a tirar seis semanas de licença depois de darem à luz é difícil de compreender. Esta licença não é uma obrigação, e sim um direito. Uma mulher pode ter boas razões para preferir voltar ao trabalho. Essa decisão cabe-lhe a si, não à UE."
Segundo o Dagens Nyheter, o facto de esta legislação ser obra de eurodeputados do Sul da Europa [o relatório da Comissão dos Direitos das Mulheres foi redigida pela parlamentar portuguesa Edite Estrela] indica "que tentam servir-se da UE para forçarem reformas nos seus próprios países". O texto, aprovado numa primeira versão no passado dia 23 de Fevereiro, deverá ser discutido no Parlamento Europeu em Maio.
O grande azar de ser "um ombro amigo"...
Em Espanha, diz-se que os "pagaFantas" têm problemas de coração. Mas a figura do pobre rapaz que não tem sorte nenhuma com as raparigas, tem tradução em quase todas as línguas. Em Portugal, quem é que não conhece o "ombro amigo"?
O termo espanhol “pagaFantas” tornou-se muito popular na Internet nos últimos meses e refere-se aos homens (o número de casos de “pagafantismo” entre as mulheres é insignificante) que, por falta de coragem, não ousam dar o primeiro passo para conquistar a rapariga que desejam. Esperando que algo aconteça, convidam a menina almejada para beber um copo, ir ao cinema, jantar, comer um gelado, etc., na esperança de que, um dia, ela se dê conta de que está com o homem da sua vida (o que raramente acontece).
Durante essa dura espera, ela não hesitará em fazer confidências e em abraçar o pagafantas (o que alimentará a ilusão dele de estar a seduzir a amiga.) Esta situação prolongar-se-á até que, meses ou anos depois, ele se decide a dar o primeiro passo e ela lhe responde: “vejo-te como um amigo, vais fazer outra rapariga muito feliz”, ou “és como um irmão para mim”. E o dito pagafantas ficará muito abalado com o tempo perdido a alimentar sonhos irrealizáveis.
A palavra pagafantas não tem tradução nas outras línguas, mas não representa, de maneira nenhuma, uma situação exclusiva da Espanha. É um fenómeno geral, inato à humanidade. Onde há homens, há um pagafantas, isso é garantido. As inglesas têm o “best friend love” que lhes serve de “shoulder to cry on”, e numerosas são as francesas que contam com um “bon copain”, em cujo ombro choram...
Palavras demasiado simpáticas para falar de um choninhas rematado, que é o que o pagaFantas é. As alemãs e as polacas são ligeiramente mais cruéis na sua maneira de os tratar e recorrem ao mundo animal para designar os pobres pagafantas. Com grande utilidade, as alemãs podem ter no seu meio, um “Maskottchen” ou “Klette”, ou seja uma mascote ou uma sanguessuga. “Wierny jak pies”, um amigo fiel como um cão, é o que diriam na Polónia.
Em Itália, o grupo 883, na sua canção “La regola dell' amico”, dão-no a entender muito claramente: “La regola dell' amico non sbaglia mai/Se sei amico di una donna/Non ci combinerai niente/Mai lo vorrai/Rovinare un cosi bel rapporto”. Acham, em suma, que, se uma rapariga te agrada, não te aproximes demasiado: corres o risco de tornar-te seu amigo!
Álvaro Sánchez
Onde param as mulheres?
De momento, há apenas três mulheres candidatas a comissárias europeias. Foto: Comissão Europeia
Maioritárias entre a população europeia, as mulheres estão sub-representadas nos cargos chave das instituições. No momento em que os 27 se reúnem para designar as personalidades que irão ocupar as mais altas funções na União, as mulheres pedem que a paridade seja respeitada.
Marco Zatterin
A frase feita "cherchez la femme" [procurem a mulher] aplica-se bem aqui. Mas é preciso procurá-la, de facto. No Velho Continente, vivem mais de 250 milhões de mulheres. No entanto, apesar de representarem 52,6% da população, nenhuma delas – ou quase – ambiciona ter um cargo de topo na União Europeia. O desafio é difícil. Tão difícil que a próxima Comissão Europeia, mais uma vez dirigida por José Manuel Durão Barroso, poderá não obter a aprovação do Parlamento: tem demasiados homens.
Actualmente, apenas oito mulheres têm assento no executivo de 27 membros. Naquele que vai iniciar funções em Janeiro, serão apenas três – de entre cerca de 20 nomes indicados até agora indicados pelas capitais. Os deputados de Estrasburgo consideram que é muito pouco e dizem-se dispostos a desencadear uma crise institucional, em nome da paridade.
O Parlamento ainda não falou
"Aqueles que ainda não propuseram nenhum nome vêem-se praticamente obrigados a indicar uma mulher, para acalmar os ânimos", garantia, recentemente, um diplomata. Durão Barroso, que sabe bem disso, está muito preocupado. Uma redução do número de mulheres poderá ser-lhe fatal, quando os comissários pedirem a confiança do Parlamento Europeu, que já bate o pé de impaciência. Barroso viu os seus poderes consolidados pelo Tratado de Lisboa, mas a votação sobre a Comissão poderá voltar-se contra ele. Há cinco anos, os deputados europeus fizeram cair Rocco Buttiglione por causa das suas declarações contra os homossexuais. E poderão fazer algo semelhante, em Dezembro e Janeiro, quando se realizarem em Bruxelas as audiências dos candidatos a comissários.
O caso complica-se devido à nomeação das duas novas figuras previstas pelo Tratado de Lisboa: o Presidente do Conselho e o Alto Representante para a política externa. A dois dias da cimeira em que o problema será debatido, os líderes não sabem o que fazer. Ao todo, foram propostos entre 10 e 20 nomes. Para a presidência, há apenas duas mulheres: Vaira Vike-Freiberga, da Letónia, e Mary Robinson, da Irlanda. No que se refere ao cargo de Alto Representante, os nomes de mulheres são ainda mais incertos. Fala-se da Comissária do Comércio cessante, a inglesa Catherine Ashton, e da francesa Elisabeth Guigou, antiga colaboradora próxima de Mitterrand.
O cubo de Rubik das nomeações
A solução do problema tem de agradar à esquerda e à direita, ao Norte e ao Sul, aos países grandes e aos pequenos, aos homens e às mulheres. Não foi por acaso que, na semana passada, Barroso chegou à sala de imprensa com um "cubo mágico" de 12 estrelas. "É-me impossível escolher um candidato apenas por ser mulher e não posso recusar seja quem for, a pretexto de ser tratar de um homem", declarou então. Os diplomatas, nos bastidores, estão de pés e mãos atados. Debatem as suas ideias, mas sabem que a decisão virá de cima.
No dia 16 de Novembro, três dirigentes da União Europeia lançaram um apelo "cor de rosa" nas páginas do Financial Times: "Chegou a altura de passar das palavras aos actos e nomear mulheres para cargos chave", declararam Neelie Kroes, comissária da Concorrência, Margot Wallstrom, vice-presidente da Comissão, e Diana Wallis, vice-presidente do Parlamento. "Temos a sensação crescente de que o Parlamento Europeu poderá rejeitar o executivo, em bloco, se não houver mais mulheres", afirma este trio. A verdade é que, no século XXI, a Europa não pode excluir 53% dos seus talentos. A decisão cabe aos 27 líderes do Conselho, entre os quais se inclui uma única mulher [a chanceler alemã Angela Merkel].
As mulheres dizem “Basta!” a Berlusconi
11 Fevereiro 2011
No dia internacional para a erradicação da violência contra as mulheres, em Roma.
AFP
As mulheres vão manifestar-se a 13 de fevereiro, para exigirem que a sua dignidade seja respeitada, mais paridade e, também, para denunciarem a degradação da sua imagem, sobretudo depois dos recentes escândalos sexuais que envolvem Silvio Berlusconi, explica a escritora Dacia Maraini.
Dacia Maraini
No próximo dia 13 de fevereiro, as mulheres vão descer à rua para protestarem. Em toda a Itália. A notícia espalha-se na Internet como um incêndio, enquanto os jornais mal falam no assunto. A Net aparece, hoje, como o instrumento de difusão de informação mais livre e mais rápido. Foi a rede, com efeito, que permitiu a milhares de pessoas saírem à rua para protestarem contra o despotismo arrogante do Governo do Egito.
O que é que as mulheres italianas reclamam agora? Paradoxalmente, num país que se diz livre, exigem os mesmos direitos que as juventudes tunisina e egípcia: liberdade de expressão e de pensamento, mais democracia, melhor acesso ao mundo do trabalho e declaram guerra à corrupção. Em Itália – um dos países mais desenvolvidos do mundo – assistimos, perante a indiferença geral, à desvalorização crescente das ideias e das vontades das mulheres, bem como a uma pressão para o regresso das mulheres ao lar; por seu lado, as mulheres perdem cada vez mais os seus empregos e o seu prestígio. A Itália é o país da Europa onde as mulheres menos trabalham fora de casa. É também o país – salvo raras e honrosas exceções – onde a representação das mulheres nas instituições e nos lugares de poder diminui cada vez mais, de ano para ano.
Para a mentalidade das jovens gerações, o valor das pessoas e a meritocracia foram substituídos por uma ideia mercantil de relações humanas. Sugere-se aos rapazes que desenvolvam as suas capacidades intelectuais para depois se poderem vender bem nos mercados globalizados. Às raparigas, aconselha-se a vender, depressa e caro – porque, ao contrário do que acontece com as competências, o corpo desgasta-se com o tempo – a única coisa que terá sempre muito valor no mercado: um corpo pronto a ser consumido. Não é isto uma incitação subtil, obsessiva e monstruosa à prostituição?
Para que as coisas fiquem claras, esta situação já existia no tempo de Tolstoï. O grande escritor russo teve a coragem de escrever, tanto nos seus romances como nos seus ensaios, que o casamento não passa de um mercado de gado, onde os corpos das raparigas são vendidos a quem quer pagar mais. E teve como consequência o sacrifício de muitas gerações de talentos e capacidades extraordinárias e a mutilação de espíritos e corações qualificados. Ninguém se preocupou com tais sacrifícios. Mas, nessa época, as famílias faziam o que fosse preciso para responderem às necessidades das jovens, às suas aspirações de liberdade. Atualmente, é a cultura de mercado que desempenha este papel, sobretudo através das falsas seduções da televisão, da moda e, em parte, do cinema.
Não é por acaso que as mentalidades mercantis caminham lado a lado com a escolha pouco democrática de um chefe carismático. Wilhelm Reich, no seu ensaio sobre a psicologia de massas, mostra claramente o entrelaçamento de medos, ilusões, raivas e frustrações que está na origem de todas as tentativas para impor um regime autoritário. As mulheres são as primeiras a aderirem. A sua necessidade histórica de terem um chefe – interiorizada à força de golpes reais e simbólicos – transforma-as em presas dóceis. É justamente neste aspeto que se apoiam os patrões e os manipuladores sem escrúpulos do mercado global.
Contraponto
Uma cruzada moralista
"Não estou de acordo.” O Panorama consagra a sua primeira página às "mulheres que não vão manifestar-se" a 13 de fevereiro, porque "a dignidade da mulher conquista-se em cada dia. Sem palavras de ordem moralistas ou motivações políticas". Nas páginas do semanário da família Berlusconi, o efervescente diretor do Foglio, Giuliano Ferrara, promotor de uma contramanifestação "contra o novo puritanismo hipócrita", acusa "o encontro do moralista fanático com o juiz de instrução, e uma classe de magistrados habituados a desprezar a política e a combater os governantes eleitos" de serem a “doença fatal que atinge a Itália”. No Corriere della Sera, a escritora Maria Nadotti também se demarca do protesto de 13 de fevereiro, pois encontra nele "uma forma de racismo, sexismo e snobismo: as mulheres que se sacrificam e são recatadas, contra as que dormem com o patrão; a moralidade contra a apatia; as almas contra os corpos". Acrescenta que, justamente, "as mulheres e os homens são constituídos por esses dois fatores. A contradição pertence-nos, e ai de quem nos divida, colocando-nos uns contra os outros”.
Lindas bonecas a fazer política
Barbara Matera ocupou o seu lugar no Parlamento Europeu a 14 de Julho de 2009 (EP)
EP
Há meses que a Itália vive abalada pelos escândalos sexuais do seu primeiro-ministro. A atracção pelas meninas em trajes menores ultrapassa, porém, e largamente, o folclore berlusconiano. Dir-se-ia mesmo que invade a sociedade. Face a tal fenómeno, o "segundo sexo" tem dificuldade em revoltar-se, constata o cafebabel.com.
Mesmo quando está à beira do precipício – no qual nunca cai, segundo dizem as sondagens –, Silvio Berlusconi não consegue evitar olhar para as mulheres como presas, sejam elas damas da noite ou ministras. "Nunca paguei a uma mulher. Não percebo qual é o interesse, se não houver o prazer da conquista", argumenta perante a imprensa, em resposta às afirmações de Patrizia D’Addario. Esta corista declarou, recentemente, que tinha passado a noite com o primeiro-ministro italiano, no preciso momento em que Barack Obama era eleito Presidente dos Estados Unidos. Há algumas semanas, em pleno torpor do Verão, Berlusconi espetou a farpa: "Os jornais estão sempre a dizer que eu detesto as mulheres. Ora se há uma coisa de que gosto, são as mulheres, mesmo as ministras".
O "Papigate" [de "papi", paizinho, nome dado a Berlusconi por uma menor] ultrapassa de longe o folclore berlusconiano: é uma verdadeira revolução antropológica e cultural, conforme explicam os documentários de Erik Gandini, autor de Videocracy, e da dupla Lorella Zanardo e Marco Malfi Chindemi, realizadores de "Il Corpo delle donne" (O corpo das mulheres). Os tais corpos de mulheres com que se deleitam os media italianos. Sempre as mesmas formas: provocadoras, reluzentes, exibicionistas e extremamente cuidadas. São aduladas e são ridicularizadas. Quem não se rir, faz figura de frustrado perante a sociedade.
"Veline", "meteorine", "letterine": ícones televisivos
A Itália de Nilde Lotti e Tina Merlin [Lotti foi militante do Partido Comunista e a primeira mulher a presidir à Câmara dos Deputados; Merlin foi jornalista, escritora e membro da Resistência durante a guerra] já lá vai. A Itália de hoje venera categorias socioprofissionais desconhecidas noutros países. "Veline", "meteorine", "letterine" e "letteronze" são termos que designam estas "ninfetas" do pequeno ecrã, às quais se atribui hoje o estatuto de ícones populares e que são convidadas até para a política, após uma revisão do "look", com o êxito que se sabe.
O caso mais conhecido é o da ministra da Igualdade de Oportunidades, Mara Carfagna. Antiga modelo dos calendários de nus de Max, gosta de recordar a importância da trilogia "Deus, pátria, família" e faz o elogio de "Roma, berço da cristandade". O percurso da jovem deputada europeia Barbara Matera também é pouco ortodoxo aos olhos de Bruxelas. Nascida em 1981, foi actriz de série B, apresentadora da RAI e finalista regional de Miss Itália. O seu currículo, publicado no site do Parlamento, está tristemente vazio, tal como as páginas sobre a sua actividade política. A única certeza é que a bela deputada está prestes a obter a licenciatura, aos 28 anos: "Em 2009, com os últimos exames universitários feitos, aceita candidatar-se ao Parlamento Europeu nas listas do Povo da Liberdade (PdL) região Sul. O tema da sua tese será a Reforma do Parlamento em Itália".
Francesca Pascale, antiga apresentadora do programa Telecafone ("tele-incorrecto", num canal local) pela frase agora de culto "Se abbassi la mutanda si alza l'auditel" (Se baixares as calcinhas fazes subir as audiências). Foi também fundadora do comité "Silvio, temos saudades tuas", de apoio a Berlusconi, quando este estava na oposição. Hoje, é conselheira municipal em Nápoles, pelo PdL, e colaboradora do Gabinete de Imprensa do Ministério do Património Cultural..
As feministas não conseguem fazer-se ouvir
Resumindo, motivos de revolta não faltam. E, no entanto, que é feito das mulheres, no meio desta confusão? E das feministas?Há muito quem faça estas perguntas, a começar pelas primeiras interessadas. Depois do debate lançado no diário L’Unità, a 12 de Agosto, pela directora daquele jornal, Concita De Gregorio, e pela politóloga Nadia Urbinati ("Temos de começar tudo de novo, partindo do essencial. Lançar um apelo, por exemplo. Algumas mulheres estão a preparar-se para o fazer: lançar um apelo não está fora de moda. Comecemos por não ser dóceis. Temos de recomeçar a partir daqui."), e das intervenções de escritoras, actrizes e professoras universitárias (a últimas das quais de Chiara Volpato, professora de Psicoligia na Universidade de Milão, na edição de 26 de Agosto do diário The New York Times, o debate parece ter sido relançado. Mas não renovado: é feito de apelos e contra apelos, de comentários e de algumas conferências. Mais nada.
Apesar de, em Itália, haver muitos e muito activos grupos feministas, estes não conseguem fazer-se ouvir. Ou, quando o conseguem, não são capazes de congregar o apoio das novas gerações. Faltam-lhes não apenas locais de reunião – à excepção da Casa Internacional das Mulheres, de Roma – mas também uma nova abordagem à política. Uma abordagem mais estruturada, menos assente em testemunhos e mais na mobilização e no recrutamento de novos membros, utilizando meios tradicionais e outros mais modernos, como as redes sociais. Pode perguntar-se, parafraseando Henry Kissinger, "a quem é que tenho de telefonar para falar com o movimento das mulheres?".
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