terça-feira, 24 de junho de 2014

Na Rua do Arsenal


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21 Abril 2014, 20:20
 por Carlos Albuquerque

Os militares, por norma, alteravam o poder sempre no mesmo sentido. Contra a democracia. Pela ditadura. Contra o Povo. De forma violenta. E interessada.

A FRASE...

"Assunção Esteves faz as pazes com Vasco Lourenço - A Presidente da Assembleia da República esteve esta tarde na Associação 25 de Abril, onde conversou a sós, durante mais de meia hora, com o presidente, Vasco Lourenço."

Expresso online, 17 de abril de 2014.

A ANÁLISE...

"A terceira onda de democratização no mundo moderno começou, implausível e involuntariamente, 25 minutos depois da meia-noite, numa quinta-feira, 25 de abril, em Lisboa, Portugal, quando uma estação de rádio tocou a música Grândola Vila Morena…. O golpe de 25 de abril foi um começo implausível de um amplo movimento mundial na direção da democracia porque é mais frequente os golpes de Estado derrubarem do que iniciarem os regimes democráticos". Samuel Huntington e a Terceira Vaga de democracia no mundo.

Os militares, por norma, alteravam o poder sempre no mesmo sentido. Contra a democracia. Pela ditadura. Contra o Povo. De forma violenta. E interessada.

Em 1974, o MFA inverteu o sentido da história. Os militares trouxeram a democracia. E mostraram ser possível o impossível. Conquistar o poder. Dá-lo ao Povo. Libertá-lo. E voltar aos quartéis. Com a satisfação do trabalho feito. E com um grande exemplo. Para o Mundo.

Na manhã do 25 de abril, estava na Rua do Arsenal. Com os carros de combate dos dois lados. Apontaram-se os fuzis. Vai haver fogo, gritou um militar. Fugimos Chiado acima. Ficámos em escuta. Mas os canhões só dispararam cravos. Vimo-los. Voavam. Para Espanha. Para a América Latina. Para o Leste europeu. Para o Muro de Berlim. Para o Mundo. É este o poder do 25 de abril. Fora das intrigas domésticas. Na elevação dos princípios e dos grandes feitos. Porque da Rua do Arsenal, em 1974, dispararam-se cravos vermelhos. Para todo o mundo. E para a História da Humanidade.

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