quinta-feira, 30 de junho de 2022

O "Banqueiro"...? !

 

 Pedro Álvares Ribeiro, banqueiro e coleccionador, é o presidente da associação Vivercidade, que nos próximos 15 anos terá a Casa São Roque a seu cargo Anna Costa

A arte contemporânea tem nova morada num palacete do Porto oriental

A Casa São Roque, construção com origem no século XVIII que tem a mão do arquitecto Marques da Silva e agora também de João Mendes Ribeiro, reabre, restaurada, com uma exposição de Ana Jotta. O banqueiro e coleccionador Pedro Álvares Ribeiro aposta numa programação de nível internacional.

Sérgio C. Andrade 19 de Outubro de 2019,

O interior da Casa São Roque após o restauro ANNA COSTA

Durante muitos anos, o palacete amarelo-torrado que se avista da Rua de São Roque da Lameira, na zona oriental do Porto, impressionou pelo seu estado de abandono, mas também pelo modo como evocava o passado de opulência de uma família da burguesia comercial da cidade.

A desocupação e a ruína das últimas décadas foram agora revertidas: restaurado, o palacete vai abrir-se ao usufruto público como casa-museu, galeria de arte e centro cultural associado ao contíguo Parque de São Roque, um espaço verde que também já entrou no quotidiano desta zona desqualificada da cidade. A inauguração acontece este sábado, pelas 17h, com uma exposição de Ana Jotta (Lisboa, 1946), abrindo depois ao público em geral a partir de domingo.


A Casa São Roque – também conhecida como Palacete Ramos Pinto e como Quinta da Lameira – foi a residência da família de António Ramos Pinto (1854-1944), o fundador, com o irmão Adriano, da empresa de vinhos que haveria de criar todo um novo caminho (e todo um novo imaginário) para a comercialização do vinho do Porto. Depois de entrar na posse de herdeiros da família Ramos Pinto Calém, foi comprada em 1978 pela Câmara Municipal do Porto, que nela instalou, durante algum tempo, os seus serviços de urbanismo.

A partir de agora, a Casa São Roque propõe-se marcar a agenda de arte contemporânea. A iniciativa é do banqueiro e coleccionador de arte Pedro Álvares Ribeiro, que em 2016, através da associação ViverCidade, a que preside, assinou um protocolo com a autarquia portuense, válido por 15 anos, visando transformar o velho palacete num centro cultural com a ambição de rivalizar com outras instituições congéneres e contribuir para a revitalização desta zona deprimida do ponto de vista económico-social e especialmente carenciada deste tipo de equipamentos.

“Queremos que esta seja uma casa do Porto para o Porto e para o mundo”, diz Pedro Álvares Ribeiro no início da visita em que conduziu o PÚBLICO pelo palacete, dias antes da inauguração da nova Casa São Roque.

Ana Jotta, uma escolha polaca

O percurso interior da casa, incluindo a garagem, será nestes primeiros meses pontuado pelas seis dezenas de obras de Ana Jotta que compõem a exposição Inventória. É uma das artistas mais bem representadas na colecção de Pedro Álvares Ribeiro, mas algumas destas obras foram realizadas propositadamente para a reabertura do edifício, caso dos delicados e minuciosos desenhos que fez directamente nas paredes brancas de algumas divisões.

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