quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Ex-banqueiro do BES cita Papa Francisco para falar do que perdeu e do facto de ser visto como bandido.


“Vou lutar pela honra e dignidade, minha e da minha família” 


PÚBLICO
14/08/2014


Ex-banqueiro do BES cita Papa Francisco para falar do que perdeu e do facto de ser visto como bandido.( ....mas há margem para dúvidas! )

Pela primeira vez desde que rebentou o escândalo do BES, Ricardo Salgado falou a um jornalista. Evitou responder a muitas das perguntas que o Diário Económico lhe colocou numa conversa no Hotel Palácio do Estoril, mas deixou clara a ideia de que não vai desistir de defender a sua honra e da sua família.

“Vou lutar pela honra e dignidade, minha e da minha família”, disse o ex-presidente do Banco Espírito Santo (BES), numa das poucas citações que lhe são atribuídas nesta conversa.

Depois de, no início do mês, ter emitido um comunicado a dizer que aguardará “o tempo e o contexto” adequados para contar a sua versão do que aconteceu no BES, Ricardo Salgado voltou a remeter explicações para mais tarde, escudando-se também em questões jurídicas para não abordar a sua detenção e as acusações de práticas ilegais durante a sua gestão.

Segundo o Diário Económico, Ricardo Salgado foi dizendo que não se considera responsável pela queda do banco, que tem planos para o futuro, que admite que a sua geração não pode recuperar o prestígio do nome Espírito Santo. Além disso, o ex-gestor desmente ter dinheiro na Ásia e diz que o que tem é o que está registado.

Ricardo Salgado foi ainda confrontado com o facto de ter deixado de ser visto como um dos homens mais poderosos para ser olhado como um bandido. Respondeu com uma citação do Papa Francisco: ““Não chores pelo teu sofrimento, luta pela tua felicidade.”

Salgado voltou a usar palavras do Papa em mais duas ocasiões. Quando lhe falaram do que terá perdido com a derrocada do BES, respondeu. “Não chores pelo que perdeste, luta pelo que tens.”

O gabinete onde tem estado acompanhado apenas pela secretária de sempre e mais duas ou três pessoas, com o telefone calado, contrasta com a agitação de outros tempos. Algo que não preocupa o ex-banqueiro, que recorreu outra vez a palavras do Papa Francisco: “Não chores pelos que te abandonaram e luta pelos que estão contigo.”


“Vou lutar pela honra e dignidade, minha e da minha família”

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