Manuel Falcão
Sente-se no ar um ligeiro odor de fim de festa. António Costa, agora escudado na possibilidade de tomar o pequeno-almoço com Rui Rio com maior frequência, começou a dar negas aos seus parceiros da geringonça. O primeiro-ministro guia o Governo como se estivesse numa pista de ensaios de automóveis a testar os travões. Imagino-o a sorrir quando recebeu a notícia de que Rui Rio tinha retirado as setas do logótipo do PSD, pensando, com os seus botões, que já passou o perigo de uma batalha com arco e flecha lançada pelo líder da oposição. Como se viu nesta semana, com o porta-voz do PCP para o ensino a clamar por auxílio de outros sectores profissionais na luta dos professores contra o Governo, a discussão sobre o próximo Orçamento do Estado para 2019 promete episódios picantes. Há uma clara marca partidária no sector escolhido para radicalizar a luta contra o Governo. O PCP decidiu voltar a posicionar-se, farto de estar nas trincheiras atrás do Bloco de Esquerda. O problema é que a pessoa que escolheu para dar cabo da vida aos alunos neste fim de ano escolar é alguém que há muito tempo não dá aulas. Chamar-lhe professor é um problema de expressão. Face à ocorrência, até agora, o Governo tem mostrado vontade de se distanciar do senhor Nogueira. Estamos politicamente na fase da dança e contradança. Com o ministro da Educação a nadar em seco.
08 de Junho de 2018
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