Ora bem, querem saber como se faz um banqueiro em Portugal, certo?
Muito simples: junta-se uma longa carreira numa jotinha partidária, uns tantos cargos políticos, fidelidade ao dono, um curso com passagem administrativa, um primeiro-ministro perigoso, um governador do Banco de Portugal pardacento, duas asas de morcego e voilà: Bingo!
Miguel Relvas tem um banco! Ah, pois é. Um banco que tem licença para operar em Portugal, Moçambique, Angola e América Latina. Que lhe chegou às mãos porque o BPN - que custou ao Estado 6 mil milhões - foi vendido por Passos Coelho ao BIC por 40 milhões.
Depois disso, sobrou o Efisa, uma instituição bancária de investimento do universo SLN/BPN, onde foram parar 90 milhões do dinheiro dos contribuintes via ex-primeiro- -ministro. Só então o Efisa foi vendido (por 38 milhões) à Pivot SGPS, da qual faz parte Miguel Relvas.
Ou seja, pagámos 52 milhões a essa sociedade para ficar com o dito banco, livre de encargos adicionais. Bonito. Poético. Como diria Passos Coelho, "Social Democracia, sempre !" Ou, como disse o seu amigo e ex-ministro numa entrevista há uns meses: "A marca Relvas ainda é forte." Sorria, estamos a ser gamados.
Joana Amaral Dias
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