Numa peça no Telejornal sobre os novos deputados na AR, o jornalista da RTP disse "por engano" que Alexandre Quintanilha "foi eleito, ou eleita, pelo PS" e as reacções não se fizeram esperar. O deputado não aceita as explicações, António Costa dirigiu um protesto à RTP e a ERC abriu um processo.
O jornalista da RTP José Rodrigues dos Santos negou nesta quinta-feira ao PÚBLICO ter-se referido ao novo deputado socialista Alexandre Quintanilha em termos que a ILGA considerou serem humilhantes “em função da sua orientação sexual”.
Em causa está um trecho — que a Direcção de Informação da RTP classificou como um “lamentável equívoco” — durante o lançamento de uma peça no Telejornal de quarta-feira. Rodrigues dos Santos mencionava a eleição do deputado mais velho da nova legislatura, dizendo que este “foi eleito, ou eleita, pelo PS”. Tratava-se de Alexandre Quintanilha, de 70 anos. O cientista é assumidamente homossexual, sendo casado com o escritor norte-americano Richard Zimler.
Imagem do dito "escritor", a peça que pisca o olho sempre que sai uma brejeirice, do falso intelectual.
Esta quinta-feira de manhã, as redes sociais incendiaram-se com a história, tendo o jornalista da RTP sido acusado de ter feito uma piada homofóbica. Entre os críticos, várias figuras públicas e jornalistas. A ILGA-Portugal emitiu um comunicado a considerar “evidente a intenção do apresentador de humilhar Alexandre Quintanilha em função da sua orientação sexual, recorrendo de resto ao género como forma de humilhação” — uma “indignidade […] chocante e absolutamente inadmissível”.
PS protesta e ERC abre processo
Já esta tarde, o secretário-geral do PS, António Costa, dirigiu um protesto formal à RTP pelo que qualifica como o “comportamento inaceitável do pivô”, exigindo um pedido de desculpas do jornalista ao deputado eleito.
Também o conselho regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) anunciou que “decidiu abrir um processo contra a RTP”. Em comunicado, a ERC refere que o processo contra a estação pública resulta da “notícia do Telejornal de ontem [quarta-feira] sobre os novos deputados”, explicado que a abertura do mesmo “deve-se a indícios de violação de direitos fundamentais dos cidadãos”.
A explicação de Rodrigues dos Santos
O PÚBLICO falou com José Rodrigues dos Santos, que negou ter proferido qualquer tipo de insulto, justificando as palavras em causa com um erro cometido a tentar corrigir o que julgou ser outro erro.
A explicação do jornalista é complexa, mas a sua reprodução é fundamental para o esclarecimento dos factos. Rodrigues dos Santos afirma que não sabia que Alexandre Quintanilha era a figura retratada na peça enquanto deputado mais velho do Parlamento. “É muito raro ver as reportagens antes de irem para o ar”, justifica. O jornalista diz ter sido induzido em erro por uma referência textual relativa a uma “pensionista” e pensou que se tratava de uma única pessoa.
Esta referência textual surgia no pivô (neste caso, o termo refere-se ao texto de apresentação de uma peça televisiva, e não à figura que conduz o telejornal), que foi escrito por outro jornalista. ”O Parlamento tem novas caras: o deputado mais velho que tem 70 anos, a pensionista…”, recorda Rodrigues dos Santos. A dita pensionista era Domicília Costa, eleita pelo Bloco de Esquerda.
O Telejornal de 07.10.15 na íntegra: a polémica frase é dita ao minuto 44:55
“Pensei que se tratava de um erro de concordância e presumi que o erro estava na segunda frase”, disse ao PÚBLICO. “Pensei numa fracção de segundo ‘epá, vou ofender a deputada!’, recorda, justificando assim o “eleito, ou eleita”.
Esta versão é confirmada pela Direcção de Informação da RTP, que, em comunicado, defende o jornalista: “Os erros são sempre de evitar mas, como qualquer pessoa que trabalha no jornalismo ou em qualquer outra profissão sabe, por vezes acontecem.”
O jornalista critica o julgamento nas redes sociais, dizendo que se “montou um número” e criticando colegas de profissão que acusam o pivô de homofobia. “A inveja é um fenómeno universal”, disse ao PÚBLICO, acusando outros jornalistas de esquecerem “uma regra básica da profissão: ouvir os dois lados”.
“Não sabia que Quintanilha era homossexual nem me interessa”, disse. “Eu não quero saber da orientação sexual nem do partido político de ninguém. Para mim não é relevante”, acrescentou.
Quintanilha tem 'imensa dificuldade' em acreditar
O jornalista disse que já tentou falar pessoalmente com Quintanilha para explicar o sucedido e apresentar desculpas, mas que tal ainda não foi possível pelo facto de o cientista ser uma pessoa “difícil de apanhar” ao telefone.
Ao PÚBLICO, no entanto, o deputado disse ter "imensa dificuldade em acreditar que tenha sido um equívoco".
"Se foi um equívoco acho que foi muito infeliz e grave. O telejornal foi visto por milhares de pessoas que ficaram muito surpreendidas, para não dizer chocadas, com o que viram e ouviram e que me transmitiram a sua perplexidade", disse.
"Considero que é um insulto a um deputado que foi eleito para a Assembleia da República e por isso espero que todos os partidos políticos se pronunciem sobre este episódio. Sei que o Secretário Geral do Partido Socialista já se pronunciou. O pedido de desculpas deverá ser à AR, ao Partido Socialista, aos eleitores que votaram no PS porque confiam em mim e a todos os viram o Telejornal", afirmou.
PS protesta e ERC abre processo
Já esta tarde, o secretário-geral do PS, António Costa, dirigiu um protesto formal à RTP pelo que qualifica como o “comportamento inaceitável do pivô”, exigindo um pedido de desculpas do jornalista ao deputado eleito.
Também o conselho regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) anunciou que “decidiu abrir um processo contra a RTP”. Em comunicado, a ERC refere que o processo contra a estação pública resulta da “notícia do Telejornal de ontem [quarta-feira] sobre os novos deputados”, explicado que a abertura do mesmo “deve-se a indícios de violação de direitos fundamentais dos cidadãos”.
A explicação de Rodrigues dos Santos
O PÚBLICO falou com José Rodrigues dos Santos, que negou ter proferido qualquer tipo de insulto, justificando as palavras em causa com um erro cometido a tentar corrigir o que julgou ser outro erro.
A explicação do jornalista é complexa, mas a sua reprodução é fundamental para o esclarecimento dos factos. Rodrigues dos Santos afirma que não sabia que Alexandre Quintanilha era a figura retratada na peça enquanto deputado mais velho do Parlamento. “É muito raro ver as reportagens antes de irem para o ar”, justifica. O jornalista diz ter sido induzido em erro por uma referência textual relativa a uma “pensionista” e pensou que se tratava de uma única pessoa.
Esta referência textual surgia no pivô (neste caso, o termo refere-se ao texto de apresentação de uma peça televisiva, e não à figura que conduz o telejornal), que foi escrito por outro jornalista. ”O Parlamento tem novas caras: o deputado mais velho que tem 70 anos, a pensionista…”, recorda Rodrigues dos Santos. A dita pensionista era Domicília Costa, eleita pelo Bloco de Esquerda.
O Telejornal de 07.10.15 na íntegra: a polémica frase é dita ao minuto 44:55
“Pensei que se tratava de um erro de concordância e presumi que o erro estava na segunda frase”, disse ao PÚBLICO. “Pensei numa fracção de segundo ‘epá, vou ofender a deputada!’, recorda, justificando assim o “eleito, ou eleita”.
Esta versão é confirmada pela Direcção de Informação da RTP, que, em comunicado, defende o jornalista: “Os erros são sempre de evitar mas, como qualquer pessoa que trabalha no jornalismo ou em qualquer outra profissão sabe, por vezes acontecem.”
O jornalista critica o julgamento nas redes sociais, dizendo que se “montou um número” e criticando colegas de profissão que acusam o pivô de homofobia. “A inveja é um fenómeno universal”, disse ao PÚBLICO, acusando outros jornalistas de esquecerem “uma regra básica da profissão: ouvir os dois lados”.
“Não sabia que Quintanilha era homossexual nem me interessa”, disse. “Eu não quero saber da orientação sexual nem do partido político de ninguém. Para mim não é relevante”, acrescentou.
Quintanilha tem 'imensa dificuldade' em acreditar
O jornalista disse que já tentou falar pessoalmente com Quintanilha para explicar o sucedido e apresentar desculpas, mas que tal ainda não foi possível pelo facto de o cientista ser uma pessoa “difícil de apanhar” ao telefone.
Ao PÚBLICO, no entanto, o deputado disse ter "imensa dificuldade em acreditar que tenha sido um equívoco".
"Se foi um equívoco acho que foi muito infeliz e grave. O telejornal foi visto por milhares de pessoas que ficaram muito surpreendidas, para não dizer chocadas, com o que viram e ouviram e que me transmitiram a sua perplexidade", disse.
"Considero que é um insulto a um deputado que foi eleito para a Assembleia da República e por isso espero que todos os partidos políticos se pronunciem sobre este episódio. Sei que o Secretário Geral do Partido Socialista já se pronunciou. O pedido de desculpas deverá ser à AR, ao Partido Socialista, aos eleitores que votaram no PS porque confiam em mim e a todos os viram o Telejornal", afirmou.
A discussão da orientação sexual não é assim tão importante, leia-se: há que valorizar a disponibilidade emocional para educar/criar crianças.
ResponderEliminar.
Explicando melhor:
-> Muitas mulheres heterossexuais não querem ter o trabalho de criar filhos... querem 'gozar' a vida; etc;
-> Muitos homens heterossexuais não querem ter o trabalho de criar filhos... querem 'gozar' a vida; etc;
-> CONCLUINDO: é uma riqueza que as sociedades/regiões não podem deixar de aproveitar - a existência de pessoas (homossexuais ou heterossexuais) com disponibilidade para criar/educar crianças.
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---> Já há mais de dez anos (comecei nos fóruns clix e sapo) que venho divulgando algo que, embora seja politicamente incorrecto, é, no entanto, óbvio:
- Promover a Monoparentalidade - sem 'beliscar' a Parentalidade Tradicional (e vice-versa) - é EVOLUÇÃO NATURAL DAS SOCIEDADES TRADICIONALMENTE MONOGÂMICAS...
{ver blogs http://tabusexo.blogspot.com/ e http://existeestedireito.blogspot.pt/}
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P.S.
Bandalheira: pessoal que não se preocupa com a construção duma sociedade sustentável (média de 2.1 filhos por mulher)... critica a repressão dos Direitos das mulheres... todavia, em simultâneo, para cúmulo, defende que... se deve aproveitar a 'boa produção' demográfica proveniente de determinados países [nota: 'boa produção' essa... que foi proporcionada precisamente pela repressão dos Direitos das mulheres - ex: islâmicos]... para resolver o deficit demográfico na Europa!?!?!
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P.S.2.
Direitos que aqui o je já vem divulgando há alguns anos:
1- O Direito à Sobrevivência de Identidades Autóctones : ver blog "http://separatismo--50--50.blogspot.com/".
2- O Direito à Monoparentalidade em Sociedades Tradicionalmente Monogâmicas: ver blog "http://tabusexo.blogspot.com/".
3- O Direito ao Veto de quem Paga: ver blog "http://fimcidadaniainfantil.blogspot.pt/".