segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Estão a criar a tempestade perfeita !


Talvez se entenda melhor o BREXIT lendo isto… e se compreenda mais facilmente a razão da Alemanha exigir com tanto ardor a rápida devolução das dívidas dos bancos Portugueses, Gregos, Cipriotas, Espanhóis... Era preciso esconder o escândalo da bancarrota do Deutsche Bank...

Deutsche Bank está em graves apuros!

O Deutsche Bank afunda-se e os culpados somos nós...De há uns tempos a esta parte o Deutsche Bank tornou mais agressiva a sua campanha para captação de poupanças dos portugueses. Recusar tais ofertas será neste momento o mais sensato. O investir contra o orçamento português por parte de personalidades da nomenclatura da EU também pareceu estar a esconder outra coisa por tão despropositado que era. Para compreender as razões desta atitude, recuemos a algum tempo atrás, com a ajuda do Blog de Marco António Moreno, em posts dos últimos dias.

O Maple Bank, alemão, seria quase desconhecido internacionalmente se não tivesse desempenhado um papel numa das batalhas de aquisição mais espectaculares na história da Alemanha: a tentativa, que acabou por fracassar, do fabricante de carros desportivos Porsche engolir a sua muito maior rival Volkswagen, em 2008.

Os gerentes financeiros da Porsche fizeram transacções complexas e fraudulentas com derivados financeiros para a empresa com sede em Stuttgart para se apropriarem da empresa com sede em Wolfsburg. Este fato foi considerado uma criminosa manipulação de mercado. A investigação ainda está em curso. Se bem que o Maple Bank não tenha "importância sistémica" e, portanto, não constitua uma ameaça para a estabilidade financeira, vai afectar milhares de clientes, principalmente institucionais, que não podem retirar de lá o seu dinheiro.

Cerca de 2.600 milhões de euros de passivos representam apenas uma pequena parcela dos depósitos de clientes individuais. Se a BaFin (autoridade reguladora financeira federal) determinar a compensação, o dinheiro é protegido pelo Fundo de Protecção de Depósitos da Associação de Bancos Alemães até 100.000 euros por cliente. Isso pode significar uma perda de impostos para a Alemanha de mais de 1.000 milhões de euros.

O encerramento do Maple Bank é até agora a acção mais dura na Alemanha contra um banco em virtude de operações duvidosas, e passa a ser um aviso para outros bancos e fundos que têm manipulado o mercado Inflacionando o valor de algumas acções ou afundando outras.

Depois disto o Deutsche Bank começou a tremer: O maior banco privado na Europa tem 80 biliões (milhões de milhões) em derivados financeiros que se vão afundar como um castelo de cartas.

Desta vez, sim, haverá risco sistémico: é mais de 20 vezes o PIB da Alemanha e quase cinco vezes o PIB dos EUA e o Deutsche Bank pode desencadear um novo caso Lehman Brothers.

As acções do banco caíram 40 por cento, até agora neste ano, e mais de 95 por cento desde 2008, ficando à vista as nuvens negras e as tempestades que pairam sobre a Europa.

Os problemas do Deutsche Bank não vieram à tona em 2013. Ficaram escondidos, porque o que importava para os dirigentes da UE salientar era a crise grega, "a mãe de todos os problemas europeus", com a troika (FMI, BCE, CE), e mais recentemente também Portugal foi atingido.

As autoridades financeiras da zona do euro começaram a fechar bancos por fraude e lavagem de dinheiro, logo o Deutsche Bank é abanado nos seus próprios alicerces. O maior banco privado na Alemanha, e também o maior da Europa, teve de confessar perdas de 6.890 milhões de euros em 2015 (dos quais 2.000 milhões foram no quarto trimestre) e anunciou que irá despedir 35 mil trabalhadores!.

O Deutsche Bank foi multado em 2.500 milhões de dólares pelas autoridades do Reino Unido e dos EUA, na sequência de uma investigação de sete anos sobre o seu papel na manipulação das taxas de juro.

A empresa alemã vai ser forçada a abandonar vários países e o seu novo presidente teve que reconhecer que só um milagre (uma guerra?, digo eu) poderia salvar o Deutsche Bank. Por esta altura, e depois de sete anos de apoios do BCE, as metástases do problema têm-se expandido. Tudo o que algumas teorias económicas negaram durante décadas que pudesse acontecer, aconteceu nestes oito anos de crise.

Se em 2013 os media preferiram ignorar o colapso do banco alemão para dar prioridade à crise grega, era apenas para dar tempo para o Deutsche Bank recuperar.

Mas a realidade económica e o passado criminoso do banco agravaram a situação que se torna impossível de recuperar. O Deustsche Bank é talvez o exemplo mais claro do antes e depois de um banco depois da crise financeira.

À euforia de empréstimos fáceis, seguiram-se as trevas da deflação e estagnação do crédito. Se as injeções de liquidez bilionárias do BCE não recuperarem o banco e derem dinamismo à economia real, é porque o sistema entrou em colapso. E então há que o assumir, em vez da Alemanha disparar contra os riscos de não cumprimento dos deficits de outros países de economias mais débeis.

Os derivados financeiros não só distorceram toda a economia por via dos preços, como incubaram bolhas financeiras para cobrir posições e ganhar tempo. Mas eles não esperavam pela armadilha deflacionária porque, de acordo com o actual modelo económico, esse termo não existe.

O que hoje o Deutsch Banca representa é um enorme esquema Ponzi, com o desmoronamento da pirâmide criada nos anos 90 com a desregulação financeira mundial que nunca levou em conta os riscos reais. A crise, fermentando, estava sob os narizes de todos, porque enquanto Merkel, Schäuble, Juncker Lagarde e Dijsselbloem argumentavam que o problema era dos bancos na periferia (Grécia, Irlanda, Portugal e Espanha), eles não queriam revelar o verdadeiro problema da enorme dívida tóxica do Deutsche

Bank, o maior banco privado da Europa!.

O colapso do Deutsche Bank está a agitar todo o sistema financeiro mundial. Nas primeiras seis semanas do ano, o Deutsche Bank perdeu 40 por cento do seu valor mas não ficou sozinho nas perdas. O Citibank caiu 25 por cento, o Bank of America, o UBS e o Crédit Suisse 23 por cento, o Goldman Sachs 20 por cento e o JP Morgan 18 por cento.

O sistema financeiro está em queda livre. Só que desta vez, nem os bancos centrais nem os governos têm quaisquer munições, a menos que se saciem as raízes e façam desaparecer os fundos de pensões.